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Estado de Minas

Cooperação entre americanos e europeus protagoniza encontro da Otan


postado em 14/02/2018 18:54

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, tentou aplacar, nesta quarta-feira (14), os receios americanos sobre os planos de defesa da União Europeia, garantindo que poderiam contribuir com uma das demandas de Washington: melhor divisão do gasto militar da Aliança.

"Se bem feita, a iniciativa europeia pode contribuir para uma distribuição mais justa" dos gastos militares entre os 29 países da Aliança, apontou Stoltenberg na chegada à reunião ministerial de dois dias.

A ofensiva turca no norte da Síria também foi um dos destaques das discussões.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca tem sido um incentivo para a organização transatlântica, surgida no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele aumentou a pressão para que os membros da Otan aumentassem as despesas militares a 2% do PIB nacional antes de 2024.

Oito aliados poderiam cumprir, em 2018, o compromisso assumido quatro anos antes, na cúpula galesa, e "pelo menos 15" em 2024, disse Stoltenberg em coletiva de imprensa posterior. Para ele, a "divisão da carga" econômica será um dos principais pontos da cúpula prevista para julho em Bruxelas.

Mas "ainda há muito a fazer", disse o chefe da Aliança antes de um jantar de trabalho dos ministros da Defesa aliados com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, dizendo que precisam de "mais dinheiro, mais capacidades e mais contribuições", três aspectos inseparáveis.

- Estados Unidos, de frente -

Apesar do gasto militar ter avançado nos últimos três anos entre os aliados de Washington na Otan, segundo Stoltenberg, o secretário de Defesa americano Jim Mattis não reduziu a pressão em seu encontro com os colegas.

"Os Estados Unidos não seguraram a língua durante a discussão e isso não foi agradável para alguns", afirmo um dos ministros presentes, que pediu anonimato, especialmente em um momento de desconfiança da maior potência militar com seus aliados da Otan.

A UE lançou em dezembro uma Cooperação Estruturada Permanente (Pesco) incluindo a maioria dos países e criou as bases de um Fundo Europeu de Defesa, para relançar o antigo sonho de uma Europa da Defesa.

Mas os Estados Unidos temem que este ímpeto europeu, que busca desenvolver a pesquisa e a aquisição de equipamentos militares, leve ao fechamento dos mercados de defesa da UE para sua indústria, em benefício das europeias.

Segundo uma fonte diplomática da Otan, a delegação americana não foi a única a expressar sua preocupação. Canadá, Noruega, Islândia e Albânia - países que não pertencem à UE - também levantaram suas dúvidas.

Os europeus, por outro lado, enfatizam os benefícios para a Aliança. "Os europeus não procuram duplicações inúteis", de acordo com um diplomata europeu.

- Operação turca -

A ofensiva da Turquia, segunda maior potência militar da Otan, no norte da Síria contra as forças curdas - aliadas de Washington - também foi um assunto discutido no primeiro dia de reunião.

Alguns aliados, como a Alemanha, expressaram sua "grande preocupação" sobre a operação turca, que, para o secretário de Estado americano Rex Tillerson, enfraquece a luta contra o grupo extremista Estado Islâmico.

A Turquia, que considera as Unidades de Proteção Popular curdas (YPG) "terroristas", "expressou energicamente suas preocupações sobre a situação no norte da Síria", disse Stoltenberg, que pediu para Ancara agir "de forma proporcional" e reconheceu suas "inquietações em matéria de segurança".

O secretário-geral também comemorou que "a Turquia e os Estados Unidos [falaram] diretamente", após dias de tensão, embora a reunião, na qual Mattis recebeu friamente seu homólogo turco Nurettin Canikli, tenha terminado sem declarações.

Mas, em um contexto de medo com a firmeza da Rússia, especialmente na Europa Oriental, um diplomata europeu pediu para "manter a unidade da Aliança, uma vez que alguns querem abrir uma brecha".


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