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Estado de Minas

Israel e Irã se enfrentam na Síria, mas ninguém quer guerra


postado em 12/02/2018 15:18

O confronto deste fim de semana entre Israel e Irã na Síria foi o primeiro abertamente declarado após meses de tensão, mas, em curto prazo, nenhum dos dois parece querer uma guerra, estimam analistas.

Israel bombardeou no sábado posições na Síria, incluindo alvos que apresentou como iranianos naquele país.

Esta foi a primeira vez que Israel reconheceu publicamente bombardear alvos iranianos na Síria desde o início da guerra, em 2011.

Israel respondeu com essa ofensiva ao que apontou como uma incursão de um drone em seu espaço aéreo, que derrubou. Um de seus caças F-16 foi atingido e caiu no norte de Israel, no que se acredita ser a primeira baixa de um avião de combate desde 1982.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo que suas forças infligiram um "duro golpe" às iranianas e sírias, enquanto o ministro da Defesa declarou que, de acordo com informações preliminares, metade das capacidades de defesa antiaérea da Síria foram neutralizadas.

A imprensa iraniana próxima ao poder concentrou-se na queda do F-16 israelense pela defesa antiaérea síria.

A tensão com a Síria tem aumentado nos últimos tempos, observam vários analistas.

Israel não quer que o Irã, que apoia o regime de Bashar al-Assad, se implante militarmente na Síria. O Irã, por sua vez, parece determinado a permanecer no país vizinho de Israel.

A Síria, enquanto isso, acredita que se impôs na guerra civil e está cada vez mais determinada a impedir ataques aéreos israelenses em seu país, apontam os analistas.

Israel justifica seus bombardeios na Síria como uma forma de conter o que afirma ser comboios de armas para o Hezbollah libanês xiita, que apoia o regime de Assad e com o qual travou uma guerra em 2006.

- 'Uma guerra em maior escala poderia resultar em erro de cálculo' -

Mesmo antes dos bombardeios no sábado, o International Crisis Group advertiu que as atividades do Irã na Síria alimentavam o medo de Israel de que a República Islâmica estivesse estabelecendo bases em sua fronteira.

"Uma guerra em maior escala poderia resultar em um erro de cálculo", escreveu em um relatório publicado na quinta-feira.

Ofer Zalzberg, analista deste think tank, disse à AFP que este episódio aumenta as chances de uma guerra.

"Estamos nos aproximando, não por causa deste incidente, mas porque constatamos que as partes têm posições mais determinadas", explicou.

Mujtaba Musavi, analista político em Teerã, estimou que a derrubada do F-16 mostra "uma mudança de estratégia da parte da Síria e de seus aliados".

"O Irã não recuará e não se retirará da Síria, que é para ele um importante aliado geoestratégico depois de anos de luta e pagando o preço de salvá-lo", acredita.

"Israel e Estados Unidos tentam evitar ou limitar a presença do Irã na Síria pós-guerra", acrescenta.

Mas, em curto prazo, o risco de um conflito aberto é menos importante, concordam os analistas.

"Do ponto de vista político iraniano" a operação de sábado "acontece em um momento ruim", diz Sima Shine, ex-chefe para o Irã do Ministério das Relações Exteriores israelense, citando protestos sociais no Irã e esforços para salvar o acordo nuclear.

De acordo com Shine, a cadeia de eventos sugere que a Guarda Revolucionária, unidade de elite iraniana, poderia ter agido por conta própria sem coordenação com líderes políticos.

"No momento, as duas partes (Israel e Irã) vão evitar envenenar a situação e não haverá escalada num futuro próximo", estima Shine.

O principal medo é que um erro de cálculo entre países altamente equipados militarmente degenere, concluem os analistas.

"A maioria das guerras no Oriente Médio foi resultado de desenvolvimentos inesperados", ressaltou o jornal israelense Yediot Aharanot.


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