Jornal Estado de Minas

Reino Unido revisará trabalho com Oxfam após escândalo de prostitutas no Haiti

O governo britânico anunciou na noite de sexta-feira que ia revisar todo o trabalho conjunto com a Oxfam depois das acusações de que funcionários da ONG contrataram prostitutas no Haiti durante a missão de ajuda após o terremoto de 2011.

A agência britânica de Desenvolvimento Internacional (DFID) disse que os diretores da organização com sede no Reino Unido haviam mostrado "uma falta de juízo" ao investigar o assunto e em sua transparência com o governo e com a Comissão Reguladora da Caridade no Reino Unido.

"A agência de Desenvolvimento Internacional está revisando nosso trabalho com a Oxfam e pediu uma reunião com seus dirigentes o mais rápido possível", indicou uma porta-voz do organismo britânico.

"A forma como se lidou com estes terríveis abusos a pessoas vulneráveis levanta sérias questões que a Oxfam deve responder", disse a funcionária.

Segundo o jornal The Times, depois do terremoto de 2010 que devastou a ilha e deixou 300.000 mortos, um alto cargo da organização contratou jovens prostitutas.

Grupos de jovens prostitutas foram convidadas a casas e hospedagens pagas pela organização para festas sexuais, segundo uma fonte que assegurou ter visto imagens de uma orgia em que prostitutas usavam camisetas da Oxfam.

A organização lançou uma investigação interna em 2011 que determinou que havia uma "cultura da impunidade" entre alguns funcionários mas que foi incapaz de saber se algumas das prostitutas eram menores de idade, assegurou o jornal.

The Times afirmou que o diretor para o país da Oxfam, Roland van Hauwermeiren, renunciou sem que houvesse nenhuma ação disciplinar, apesar de que supostamente admitiu ter contratado prostitutas.

Em resposta à publicação, a Oxfam negou estar por trás de um "encobrimento" para proteger sua reputação.

"A Oxfam administra as acusações de má conduta com extrema seriedade", disse um porta-voz da ONG à AFP.

A Oxfam admitiu que houve acusações de envolvimento de meninas menores de idade, mas disse que estas "não foram provadas".

"Vários membros do pessoal foram despedidos como resultado da investigação e outros deixaram a organização antes de que esta fosse concluída", indicou a representante.

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