Observadores internacionais das eleições presidenciais de novembro passado em Honduras expressaram "preocupações" por denúncias de irregularidades, mas o resultado não foi contestado, disse nesta sexta-feira um alto funcionário do Departamento de Estado americano.
O subsecretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental, Francisco Palmieri, admitiu que a Organização dos Estados Americanos (OEA) "identificou preocupações sobre o processo eleitoral, e a União Europeia (UE) também".
No entanto, apontou o funcionário, "no fim das contas a conclusão foi que o resultado eleitoral não foi questionado, e por isso os Estados Unidos avançaram, como muitos outros países do continente, em reconhecer os resultados".
Nessa eleição, o presidente Juan Orlando Hernández foi reeleito ao derrotar por uma pequena margem Salvador Nasralla, em meio a denúncias de fraude generalizadas que provocaram distúrbios no país, com cerca de 30 mortos e centenas de detidos.
A missão enviada pela OEA, liderada pelo ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga, emitiu um informe onde apontou que não era possível "ter certeza sobre quem foi o ganhador da eleição presidencial".
Diante deste informe, em 17 de dezembro o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, emitiu uma extensa nota oficial apoiando as conclusões da Missão Observadora e concluindo que era necessário "um novo chamado a eleições gerais".
No entanto, em 22 de dezembro o Departamento de Estado emitiu uma nota parabenizando Hernández por sua vitória, embora tenha pedido um "robusto diálogo nacional" na sociedade hondurenha para evitar acontecimentos violentos.
Finalmente, em 22 de janeiro o gabinete de Almagro apontou que a Secretaria-Geral da OEA tinha a "firme intenção de trabalhar no futuro com as autoridades eleitas de Honduras".
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