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Estado de Minas

Suspeito de atentados de Paris, julgado na Bélgica, volta à prisão


postado em 08/02/2018 11:18

Salah Abdeslam, que não compareceu nesta quinta-feira (8) na retomada de seu julgamento em Bruxelas por um tiroteio em 2016, foi levado de volta à prisão nos arredores de Paris.

Presente no tribunal no primeiro dia de julgamento, na segunda-feira, o único sobrevivente dos comandos jihadistas de 13 de novembro de 2015 indicou no dia seguinte que não desejava mais comparecer às audiências, deixando o outro réu, Sofiane Ayari, sozinho no tribunal.

"Seu comportamento e seu oportunismo me cansam", afirmou Tom Bauwens, advogado de dois policiais das unidades especiais belgas feridos no incidente.

"Eles são muçulmanos quando lhes convém, jihadistas quando lhes convém. Está rindo do nosso Estado de direito (...) de todo mundo", criticou Bauwens.

O advogado do jihadista francês de 28 anos, Sven Mary, anunciou no início da audiência que continuaria, apesar de sua ausência, a defendê-lo pelo tiroteio ocorrido em 15 de março de 2016 no bairro de Forest, em Bruxelas.

Mary deve falar na parte da tarde, sem nunca ter mencionado antes os argumentos que utilizaria.

Nos primeiros argumentos da defesa, os advogados de Ayari, cúmplice na fuga de Abdeslam e preso com ele, pediram "clemência" do tribunal e apelaram para resistir à "opressão na mídia".

Este processo, para o qual mais de 230 jornalistas foram credenciados, é um preâmbulo do que virá em Paris pelos atentados de 13 de novembro de 2015, que fizeram 130 mortos.

- Lesões cerebrais -

O início do julgamento foi marcado pela profissão da fé muçulmana de Salah Abdeslam e um ataque contra a justiça e os meios de comunicação.

"Eu não tenho medo de vocês, não tenho medo de seus aliados, seus associados, coloco a minha confiança em Alá e isso é tudo", lançou.

Uma sentença de 20 anos de prisão, pena máxima para os fatos julgados, foi solicitada na segunda-feira pelo Ministério Público Federal contra os dois réus.

Salah Abdeslam e Sofiane Ayari respondem por "tentativa de assassinato de vários policiais" e "porte de armas proibidas", "em um contexto terrorista".

Para Isa Gultaslar, um dos advogados de Ayari, se eles tivessem se comportado como terroristas, seriam mortos em martírio, mas "o que eles queriam era não morrer, mas fugir", justificou.

"Há evidências neste caso, provas tangíveis, científicas", lançou Abdeslam na segunda-feira.

Sua impressão digital foi encontrada no esconderijo de Forest, mas não nos fuzis encontrados.

Em 15 de março de 2016, durante uma busca de rotina em um apartamento supostamente vazio, que policiais belgas e franceses foram recebidos a tiros em Forest. Três policiais ficaram feridos, e um jihadista argelino de 35 anos, Mohamed Belkaid, morto.

Bauwens recordou nesta quinta-feira que um de seus clientes, atingido na orelha, sofreu "lesões cerebrais incapacitantes". "Ele não pode caminhar sem correr o risco de cair, essa é a realidade", acrescentou.

Os dois fugitivos foram presos três dias depois, em 18 de março, em Molenbeek, outra comuna de Bruxelas, em uma operação vista pelos investigadores como o gatilho para os ataques na capital belga (32 mortos em 22 de março de 2016).

A procuradora Kathleen Grosjean considerou na segunda-feira que em Forest pouco importava quem segurava as armas, Abdeslam e Ayari foram "coautores" do tiroteio.


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