O presidente francês, Emmanuel Macron, se mostrou disposto nesta quarta-feira (7) em Córsega a reconhecer suas particularidades, mas rejeitou com firmeza outras reivindicações dos nacionalistas no poder na ilha mediterrânea.
Em um discurso muito esperado em Bastia, o chefe de Estado francês se declarou "favorável a que Córsega seja mencionada na Constituição" francesa, uma das principais reivindicações da aliança entre autonomistas e separatistas.
Seria "uma forma de reconhecer sua identidade e ancorá-la na República".
Esta reivindicação gera uma forte polêmica na França, país muito centralizador que defende o caráter "indivisível" da República.
Mas o presidente permaneceu inflexível frente a outras exigências nacionalistas, como a co-oficialidade da língua corsa e a aplicação de um estatuto de residente na ilha.
Esta última proposição "não é uma boa resposta" contra a especulação imobiliária nessa ilha muito turística, como consideram os nacionalistas, disse Macron.
"Hoje, quando os preços sobem e vendem os terrenos, são poucas as pessoas não corsas que se beneficiam", declarou o chefe de Estado, que se comprometeu a "favorecer a construção de moradias" e "simplificar as regras urbanísticas".
Em relação à língua corsa, Macron ressaltou que "na República há uma língua oficial, o francês", embora o bilinguismo seja "plenamente reconhecido e aceito".
Os dirigentes corsos não pedem a independência da ilha, mas um "verdadeiro estatuto de autonomia".
Além da co-oficialidade da língua, querem um estatuto fiscal e social especial, a aproximação e a anistia dos presos corsos que se dizem "políticos" e detidos na França continental.