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Estado de Minas

Justiça britânica mantém ordem de prisão de Assange


postado em 06/02/2018 21:24

Uma juíza britânica negou nesta terça-feira (6) a suspensão da ordem de prisão contra Julian Assange por ter violado os termos de sua liberdade condicional quando se refugiu na embaixada equatoriana há mais de cinco anos.

"Não estou convencida de que seja preciso retirar a ordem", afirmou a juíza Emma Arbuthnot, acabando com a possibilidade de o fundador do site WikiLeaks poder sair livremente pelas ruas de Londres.

Contudo, a juíza anunciou que voltará a se pronunciar sobre o assunto no dia 13 de fevereiro, desta vez do ponto de vista da utilidade pública.

O Equador anunciou nesta terça-feira (6) que continuará protegendo Julian Assange, asilado em sua embaixada em Londres desde 2012, após a decisão da Justiça britânica de manter a ordem de prisão contra ele.

Quito "manterá a proteção internacional para o cidadão Julian Assange enquanto persistir o perigo para sua vida", indicou a Chancelaria em comunicado.

Assange buscou asilo na embaixada, fugindo de um mandado de prisão europeu, porque a Suécia o reivindicava como suspeito de crimes sexuais.

A Justiça sueca arquivou a investigação, mas a polícia britânica ainda queria prendê-lo por violar os termos de sua liberdade condicional.

Diante disso, Assange teme deixar a embaixada, ser detido e acabar extraditado para os Estados Unidos para ser julgado por ter divulgado milhares de telegramas confidenciais do governo americano.

Na segunda-feira (5), pareceu abrir-se um caminho para Assange, quando a Alta Corte de Justiça bloqueou a extradição para os Estados Unidos do suposto "hacker" Lauri Love. Seu retorno era pedido por Washington por ter invadido os sistemas de informática da Agência Espacial americana (Nasa), do Pentágono e de outras organizações.

Em uma audiência na semana passada, o advogado do fundador do WikiLeaks, Mark Summers, afirmou que o mandado de prisão "perdeu seu propósito e função", depois que a Justiça sueca desistiu do caso.

Summers considerou que Assange, de 46 anos, esteve vivendo em condições "similares ao encarceramento" e que sua "saúde psicológica se deteriorou" e "está em perigo". Já o procurador Aaron Watkins considerou "absurda" a demanda.

- Um hóspede incômodo para o Equador -

No ano passado, o procurador-geral americano, Jeff Sessions, disse que a detenção de Assange era "uma prioridade".

O pedido do fundador do WikiLeaks surge pouco depois de o Equador lhe conceder cidadania e status diplomático, com a ideia de que a imunidade lhe permitiria deixar a legação.

O Reino Unido disse que a medida não alteraria a situação.

"O Equador sabe que a única maneira de resolver esse assunto é que Assange deixe a embaixada para enfrentar a Justiça", declarou um porta-voz do Ministério britânico das Relações Exteriores.

A situação de Assange se transformou "em uma pedra no sapato" do Equador, como admitiu o presidente desse país, Lenín Moreno, que herdou o imbróglio de seu antecessor e agora inimigo político Rafael Correa. Moreno tenta buscar soluções para o problema.

Em várias ocasiões, o governo de Quito criticou o hóspede por se envolver nos assuntos de outros países, como no caso da eleição americana de 2016 - durante as quais o WikiLeaks divulgou e-mails comprometedores de membros da equipe de campanha da então candidata democrata à presidência, Hillary Clinton -, ou na recente crise política na Catalunha, onde se posicionou a favor dos separatistas.

Assange é visto apenas na sacada da embaixada, seu único lugar para tomar ar fresco, por razões de segurança, e suas aparições públicas se limitam a eventuais videoconferências. Ele costuma receber visitas.

A missão diplomática do Equador fica no bairro nobre de Knightsbridge, ao lado da colombiana.

"Nossa opinião profissional é que seu confinamento contínuo é perigoso física e mentalmente para ele", disseram ao jornal "The Guardian" dois médicos que o visitaram e o examinaram em outubro passado.

"Nossa avaliação revela que não teve acesso à luz do sol, à ventilação adequada, ou a um espaço externo por mais de cinco anos e meio", relataram os médicos.

Tudo isso "teve um custo físico e psicológico considerável", acrescentaram.


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