Organizações mexicanas e canadenses apresentaram uma denúncia contra a embaixada do Canadá no México por supostamente intervir a favor da empresa no caso de um líder ambientalista que foi assassinado no sudeste do país em meio a protestos contra a mineradora Blackfire Exploration, informou uma ONG nesta terça-feira (6).
A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira em Ottawa ante o Comissariado para a Integridade da Administração Pública do Canadá (PSIC, sigla em inglês), informaram a família do falecido líder ambientalista Mariano Abarca e uma das organizações, Outros Mundos, A.C. de Chiapas.
Esta e outras organizações impulsaram o processo, pedindo "uma investigação sobre as ações e omissões da embaixada canadense no México", que "aumentaram o perigo que o Sr. Abarca e outros habitantes de Chicomuselo enfrentaram", no estado de Chiapas.
Abarca foi assassinado em 2009. Ele recebia ameaças de funcionários da mineradora canadense Blackfire Exploration.
Documentos obtidos sob a lei de transparência no Canadá demonstram "o conhecimento significativo" que a embaixada canadense teve sobre o caso, indica o comunicado.
"Meu pai foi diretamente à embaixada canadense para pedir seu apoio, porque ele e outros habitantes estavam recebendo ameaças por parte de empregados da empresa Blackfire", disse o filho do ativista, José Luis Abarca, que viajou a Ottawa para apresentar a ação.
E pouco depois acabou tendo que responder a "acusações falsas feitas pela empresa", acrescentou.
"A Embaixada teve conhecimento de tudo isto, mas deu seu aval à empresa, ao intervir junto a autoridades locais para proteger os interesses da Blackfire".
Em vez de facilitar um diálogo sobre o conflito, a embaixada canadense "preferiu recorrer ao governo de Chiapas, solicitando-lhe que controlasse os protestos", segundo o comunicado.
.