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Estado de Minas

Brasil deve fechar ciclo de cortes na Selic em incerto ano eleitoral


postado em 06/02/2018 09:42

O Banco Central vai cortar na quarta-feira sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual a um novo mínimo histórico de 6,75%, segundo a maioria dos analistas, mas esta 11ª redução consecutiva seria a última até ser esclarecido o complicado panorama eleitoral.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia destacado em sua reunião de dezembro, após baixar a taxa básica Selic em 0,5 ponto, a 7%, que ainda via espaço para "uma nova redução moderada".

Os mercados interpretaram este comentário ao pé da letra e desde então preveem que a Selic será cortada para 6,75% na primeira reunião do ano. Mas mantêm essa projeção para todo o ano de 2018, como se o placar de previsões estivesse travado.

"Uma meta para a Selic começa a ficar difícil porque passa o tempo e as definições concretas (...) dão uma margem muito grande para a indefinição", disse à AFP Fabricio Stagliano, de Walpires Corretora.

"A volatilidade é uma coisa certa esse ano", advertiu.

As incertezas são três e têm nome e sobrenome: Lula, falta de candidato pró-mercado para as eleições de outubro e dificuldades do governo Michel Temer para fazer aprovar a reforma das aposentadorias e outras medidas de ajuste.

No mês passado, a bolsa reagiu com altas importantes à condenação de Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão por um tribunal de apelação, corrupção e lavagem de dinheiro. Mas o ex-presidente (2003-2010) multiplica os recursos para evitar a prisão e sua impugnação eleitoral.

E seus inimigos receberam um balde d'água fria na semana passada, quando uma pesquisa do Instituto Datafolha demostrou que apesar dos percalços judiciais, Lula mantém amplo favoritismo em relação a qualquer outro candidato no primeiro e no segundo turno.

O âmbito de incertezas pode parecer paradoxal, em um momento em que o país retoma o crescimento econômico depois de dois anos de recessão e tem a inflação sob controle.

O aumento de preços (índice IPCA) foi de 2,95% no ano passado, o mais baixo desde 1998, e em 2018 deve permanecer em 3,94%, abaixo do centro da meta de 4,50% imposta pelo BCB, segundo a pesquisa semanal Focus de expectativas de operadores do mercado.

Em outubro de 2016, no início do atual ciclo de cortes, a taxa de referência Selic estava em 14,25%, em um marco que combinava recessão profunda com inflação galopante. E a inflação chegou a 10,67% em 2015 e a 6,39% em 2016.

E se o Copom decidir manter a Selic em 7% ou fazer um corte menor a 0,25 ponto?

"Vai surpreender se não houver [redução de] 0,25 [ponto], mas a gente já teve outras surpresas", afirma Stagliano, em alusão ao longo histórico de expectativas criadas pelo Copom na gestão da Selic, a principal arma da luta contra a inflação.

"Se isso acontecer, há volatilidade garantida no mercado", prevê.


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