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Estado de Minas

ONU suspeita que forças líbias colaborem com traficantes de pessoas


postado em 05/02/2018 21:30

A ONU suspeita que as forças líbias ajudem os grupos rebeldes a controlar as rotas de tráfico de seres humanos, em um informe no qual determinou que o tráfico de pessoas está em aumento no país africano.

O documento confidencial entregue ao Conselho de Segurança, ao qual a AFP teve acesso nesta segunda-feira (5), também indica que o grupo Estado Islâmico (EI) tenta unir-se aos traficantes no sul do país, depois de terem sido expulsos em 2016 da província de Sirte (norte).

"O tráfico de pessoas tem aumentado na Líbia, o que provoca uma maior violação dos direitos humanos", destaca o documento de 157 páginas redigido por um grupo de especialistas.

Os especialistas manifestaram sua preocupação sobre "o possível uso de instalações e fundos estatais por parte de grupos armados e traficantes para aumentar seu controle das rotas de imigrantes".

A Líbia é há anos um lugar de passagem de imigrantes, mas a presença de traficantes cresceu a partir da queda de Muamar Kadafi em 2011.

A situação dos emigrantes no país comoveu a comunidade internacional quando no final de 2017 foram divulgadas imagens de africanos sendo leiloados como escravos.

O relatório cita o testemunho de eritreus presos em Trípoli em 2016 pelas forças especiais afiliadas ao Ministério do Interior (SDF) que os entregaram "em troca de um pagamento" por parte dos traficantes.

"O painel está examinando se a cúpula do SDF sabia que em suas fileiras havia tráfico de pessoas", destaca o documento.

- Grupos armados mais fortes -

As autoridades líbias, que contam com o apoio da ONU, criaram um departamento para combater a imigração ilegal (DCIM), que administra 24 centros de detenção e 5.000 trabalhadores.

"Segundo as agências internacionais, o DCIM não controla os centros de detenção", aponta as Nações Unidas.

Um ministro líbio reconheceu que "os grupos armados são mais fortes do que as autoridades que administram o fluxo de emigrantes".

Os especialistas determinaram que células do EI "continuam operando no centro e no sul da Líbia", apesar de terem sido expulsos de Sirte.

O grupo extremista, composto principalmente por combatentes estrangeiros, tentou se instalar nos últimos tempos mais ao sul, enviando "grandes quantidades de dinheiro em espécie" para estabelecer contatos.

"Os emissários também tentaram se unir a grupos de contrabandistas, oferecendo-os proteção e buscando uma fonte de financiamento de longo prazo".

Apesar do apoio internacional, Trípoli foi incapaz de impor sua autoridade no leste, onde um grupo rebelde se nega a reconhecer a administração líbia.


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