Os Estados Unidos avaliam a possibilidade de aplicar sanções ao petróleo da Venezuela - afirmou o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, em Buenos Aires, neste domingo (4), acrescentando que ainda se estuda o impacto dessas medidas sobre a população.
"A situação na Venezuela piora. Um dos aspectos a se levar em conta, no caso de adotar sanções ao petróleo, são os efeitos que isso teria sobre a população e se isso seria um passo a ajudar a chegar ao fim, a acelerar o fim", declarou Tillerson, em entrevista coletiva ao lado do ministro argentino das Relações Exteriores, Jorge Faurie.
"Porque... Não fazer nada também é pedir ao povo da Venezuela que continue sofrendo por muito mais tempo", acrescentou.
"Obviamente, sanções ao petróleo - a proibição de exportar petróleo para os Estados Unidos, ou que os Estados Unidos deixem de vender cru, ou produtos refinados para a Venezuela - é algo que continuamos considerando", exemplificou Tillerson.
O secretário de Estado reconheceu que, no caso de sanções, Washington também teria de avaliar "como amenizar o impacto para os interesses dos Estados Unidos e de outros países da região", os quais compram petróleo do vizinho caribenho.
Em turnê latino-americana, o secretário de Estado já abordou o tema da Venezuela no México e deve voltar a fazê-lo em suas próximas escalas de Lima, Bogotá e Kingston.
"Que (a Venezuela) retorne para a Constituição e que haja eleições livres, justas e verificáveis é nosso único objetivo", pontuou.
Até agora, os Estados Unidos aplicaram sanções individuais aos funcionários de mais alto escalão do governo Nicolás Maduro, além de proibirem a transação de títulos soberanos e da petroleira estatal PDVSA.
Ao serem questionados sobre se pedirão que a Venezuela seja excluída da Cúpula das Américas que acontece em abril, Tillerson e Faurie concordaram em que a decisão cabe ao país anfitrião, o Peru.
Depois da reunião com Faurie no Palácio San Martín, sede da Chancelaria, Tillerson almoçou na companhia dos ministros argentinos da Fazenda, Defesa, Segurança, Produção, Energia e Agroindústria, relatou Faurie.