O Federal Reserve (Fed, banco central americano) ordenou o questionado gigante bancário Wells Fargo a deter sua expansão até melhorar sua administração, após constatar uma persistente "má conduta".
A ordem do Fed bloqueia a expansão do banco "até que melhore suficientemente sua administração e controles", no âmbito dos problemas da instituição para se recuperar, depois de um escândalo que se estende há dois anos, no qual foram descobertas milhões de contas falsas criadas sem o consentimento dos clientes.
"Depois de recentes e muito numerosos abusos aos clientes e outras falhas por parte do Wells Fargo, o Federal Reserve anuncia que restringirá o crescimento da instituição até que corrija suficientemente seu mau funcionamento", indicou o Fed.
"O Wells Fargo substituirá três membros de seu conselho de administração daqui até abril e um quarto até o fim do ano", acrescentou o banco central americano.
Entre 2002 e a primavera de 2017, o Wells Fargo reconheceu ter aberto dois milhões de contas fictícias que permitiram a seus funcionários cobrar prêmios relacionados com a venda de novos produtos a seus clientes.
Logo se descobriu que o banco californiano tinha feito pagar prêmios de seguro supérfulos a mais de meio milhão de clientes sobre empréstimos para veículos.
"Não se pode tolerar a nenhum banco esta conduta perniciosa e persistente e seus clientes afetados pelo Wells Fargo têm direito a esperar reformas amplas e profundas a fim de que estes abusos não se reproduzam", declarou a presidente do Banco Central americano, Janet Yellen, que assina com isso sua última intervenção como chefe da Fed. Ela deixará seu cargo no sábado, sendo substituída por Jerome Powell.