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Estado de Minas

Apesar de dificuldades, moedas virtuais vieram para ficar


postado em 02/02/2018 14:30

Apesar da bolha que levou o valor do bitcoin a níveis inéditos, dos roubos em plataformas de trocas e da ameaça de regulamentação dos governos, as moedas virtuais vieram para ficar, indicam especialistas.

Recentemente, elas voltaram à tona quando a plataforma de intercâmbio japonesa Coincheck anunciou o roubo por parte de um grupo de hackers de criptomoedas no valor de 530 milhões de dólares.

As criptomoedas "caíram muitas vezes, mas sempre conseguem se levantar de novo", garante à AFP Stephen Innes, diretor para Ásia-Pacífico da OANDA, especialista na análise de moedas virtuais.

Mas o roubo de 26 de janeiro derrubou os preços e destacou mais uma vez a vulnerabilidade e a volatilidade das criptomoedas.

A cifra de 530 milhões de dólares supera a do roubo, em 2014, na plataforma MtGox, também japonesa, que levou o governo de Tóquio a obrigar esse tipo de empresas a obter uma licença prévia.

Após o roubo da Coincheck, o ministro de Finanças japonês, Taro Aso, admitiu que seu governo "precisa reforçar a supervisão". Também disse que faltaram à plataforma "conhecimentos de base e bom senso".

Em países como Coreia do Sul ou China, onde as moedas virtuais também são muito populares, as autoridades já anunciaram sua intenção de regulamentar sua criação e as trocas.

Na mesma linha, o primeiro-ministro indiano, Arun Jaitley, anunciou na quinta-feira que as criptomoedas não têm curso legal no país e que tomará "todas as medidas para eliminar" seu uso como sistema de pagamento, em particular em atividades ilegais.

Segundo Stephen Iennes, a onda de regulamentação era previsível, levando em conta que até agora "o marco regulatório na Ásia era espantoso e atraia criminosos com objetivos muito apetitosos".

- Entusiasmo não cede -

A regulamentação das criptomoedas também foi uma das preocupações do Fórum de Davos, realizado recentemente na Suíça, onde o ministro de Finanças britânico, Philip Hammond, pediu prudência aos governos.

Já o Facebook anunciou que vai proibir a publicidade de criptomoedas em seu site para evitar fraudes.

Tudo isso tem consequências para o bitcoin, a mais conhecida de todas as moedas digitais, que chegou a valer 20 mil dólares, antes de cair a menos da metade.

No entanto, apesar da sua má reputação, o entusiasmo não diminui.

A BitFlyer, a principal plataforma japonesa de troca de bitcoins, afirma ter mais clientes desde o roubo da Coincheck.

"Muitas pessoas estão interessadas em criptomoedas, e em nossa plataforma o número de novas demandas para abrir uma conta aumentou", disse o diretor financeiro Midori Kanemitsu à AFP.

Os atores da indústria tecnológica estão convencidos de que não há volta e que, mesmo se algumas criptografia desaparecerem, outras virão substituí-las.

"As fraudes acontecem. As pessoas que optam por usar esta tecnologia terão de levar em consideração o risco associado", afirmou Ken Kawai, especialista em regulação financeira e em tecnologia de "blockchains", que está por trás da criação das moedas digitais.

À espera de mais regulação, o bitcoin, o litecoin e o ethereum também poderiam cair na mira das autoridades fiscais e atrapalhar os investidores, segundo analistas.

De acordo com Hikaru Kusaka, cofundador da Blockhive, uma empresa de inovação, os consumidores vão abandonar as criptomoedas fracas e só as melhores sobreviverão.

"Talvez nem todas as criptomoedas desapareçam, mas novas chegarão e haverá um processo de seleção", indica.


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