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Estado de Minas

Trump ataca democratas antes de votação sobre orçamento


postado em 21/01/2018 17:54

O presidente americano, Donald Trump, lançou uma ofensiva contra os democratas neste domingo (21), antes da nova votação sobre o orçamento que será realizada na segunda-feira, após o fracasso de um acordo que provocou o fechamento parcial da administração federal.

A paralisação ("shutdown") aconteceu à meia-noite de sexta-feira, quando venceu o prazo que o Senado tinha para aprovar uma extensão do orçamento por quatro semanas.

A Câmara de Representantes o havia aprovado na quinta-feira, mas na sexta o Partido Republicano não conseguiu os 60 votos necessários para adotar a medida devido a um desacordo sobre o tema migratório.

Os primeiros efeitos da paralisação do governo federal serão sentidos a partir de segunda-feira, com a paralisação das atividades de milhares de funcionários federais. Nas Forças Armadas, os militares deverão permanecer em seus cargos, mas não receberão seu pagamento.

"É fantástico ver os republicanos brigando com determinação por nosso Exército e nossa segurança nas fronteiras", tuitou Trump, um dia depois de completar seu primeiro ano de governo.

O presidente acusou seus adversários democratas de "simplesmente quererem uma multidão de imigrantes sem o mínimo de controle", mas não deu sinais até o momento de como prevê sair desta crise, pelo qual é praticamente impossível calcular quanto tempo durará esta situação.

O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, anunciou que na segunda-feira à 01h00 (04h00 de Brasília) ocorrerá uma votação sobre o orçamento, embora ninguém mostre um compromisso a respeito.

- Migração em disputa -

A oposição democrata reclama uma solução para os quase 700 mil imigrantes, em sua maioria latino-americanos, beneficiados pelo programa Daca, lançado em 2012 pelo governo de Barack Obama, que lhes dava permissão para trabalhar e estudar legalmente nos Estados Unidos. Trump não renovou este programa, que vence em 5 de março.

Os republicanos, por sua vez, dizem que não discutirão sobre este tema sem a reabertura da administração federal.

Por fora das discussões, às vezes muito técnicas, os americanos acompanham uma batalha midiática. Republicanos e democratas visitavam neste domingo diferentes canais de televisão para assegurar sua intenção de alcançar um acordo e denunciar a falta de vontade do partido contrário.

Mick Mulvaney, diretor de Orçamento da Casa Branca, disse estar convencido de que existe uma verdadeira possibilidade de encontrar uma solução antes de segunda-feira de manhã. Mas também advertiu na Fox News que em caso de fracassar esta possibilidade, o "shutdown" pode durar "vários dias".

Também denunciou uma manobra política de alguns democratas que, segundo ele, buscam prolongar a paralisação até o dia em que se prevê realizar o discurso do Estado da União, em 30 de janeiro.

Este discurso ante as Câmaras do Congresso é o momento no qual o governo explica ao povo americano suas prioridades para o ano que começa.

- Trump e a 'opção nuclear -

A última vez que o governo federal se viu forçado a paralisar suas atividades foi em outubro de 2013, durante o governo de Obama, quando 800 mil funcionários públicos foram licenciados por 16 dias.

"Não vamos retomar as negociações sobre imigração ilegal até que desbloqueiem o governo e permitam aos nossos soldados e suas famílias receberem o salário que ganharam", disse a soldados americanos o vice-presidente, Mike Pence, a caminho do Oriente Médio.

Neste contexto, Trump evocou neste domingo em um tuíte uma possível reforma dos procedimentos de votação no Senado.

Esta medida, conhecida em Washington como "opção nuclear", marcaria uma ruptura radical no funcionamento desta instituição que deve contrabalancear os excessos partidários da tumultuosa Câmara de Representantes.

O regulamento interior do Senado - composto por 100 membros - estipula que para cada moção, todos os senadores têm direito a objetar. Esta objeção só pode ser superada com o voto de 3/5 do Senado. Na prática, são necessários os votos de 60 senadores para tomar alguma decisão.

Mas os republicanos contam com 51 cadeiras no Senado.

Mas cruzar esta fronteira e tomar a decisão unilateral de reduzir a quantidade mínima de 60 para 51 votos transformaria profundamente o funcionamento do Congresso. A maioria dos senadores se opõe a esta iniciativa.


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