O novo presidente do Parlamento catalão, o separatista Roger Torrent, iniciou nesta quinta-feira (18) reuniões com os partidos para designar um candidato à presidência regional, com Carles Puigdemont como principal candidato apesar de estar na Bélgica.
Dois meses e meio depois da fracassada declaração de secessão, os separatistas recuperaram na quarta-feira o controle do Parlamento catalão, dissolvido no dia 27 de outubro pelo chefe do governo espanhol Mariano Rajoy.
Seu próximo passo é recuperar o governo, destituído também por Madri, fortalecido pela maioria absoluta de 70 dos 135 deputados nas eleições de 21 de dezembro, embora oito deles estão presos ou exilados voluntariamente na Bélgica.
Roger Torrent, um jovem deputado de 38 anos que surpreendeu com um discurso conciliador depois de tomar posse do cargo, deve se reunir com os diferentes grupos e designar o candidato com mais apoios.
Os encontros começaram com o partido socialista e o Partido Popular de Rajoy, contrários à secessão, e o Catalunha em Comum, os aliados catalães da esquerda radical do Podemos, não alinhados na questão separatista, mas contrários a Puigdemont.
Também se encontrou com a extrema-esquerda separatista Candidatura de Unidade Popular, que exigem um programa de ruptura unilateral ao próximo presidente.
Na sexta-feira deve continuar com os dois grandes grupos separatistas, Juntos pela Catalunha e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), e com o partido mais votado nas eleições, o antinacionalista Cidadãos (centro-direita).
Puigdemont, cujo governo foi destituído por Rajoy, aparece como o único aspirante, apoiado por sua frente Juntos pela Catalunha (34 deputados) e pelo partido de Torrent, ERC (32 deputados).
Perseguido por rebelião e sedição, ele quer tomar posse da Bélgica, a fim de evitar retornar à Espanha e acabar como seu vice-presidente, em prisão preventiva desde novembro.