Jornal Estado de Minas

Um quarto da superfície terrestre ficará mais seca sob aquecimento de 2ºC

Mais de um quarto da superfície terrestre da Terra se tornará "significativamente" mais seca mesmo se a humanidade conseguir limitar o aquecimento global a 2ºC, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris, disseram cientistas nesta segunda-feira.

Mas se contivermos o aquecimento médio a 1,5ºC, este efeito será limitado a cerca de um décimo - poupando dois terços da terra que se prevê que ressecará a 2ºC, concluíram os pesquisadores em um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change.

A 1,5ºC, partes do sul da Europa, sul África, América Central, Austrália costeira e Sudeste Asiático - áreas que abrigam mais de um quinto da humanidade - "evitariam aridificações significativas" previstas para o cenário de 2ºC, afirmou o coautor do estudo Su-Jong Jeong, da Southern University of Science and Technology em Shenzhen, China.

"Conquistar 1,5º C seria uma ação significativa para reduzir a probabilidade de aridificação e impactos relacionados", disse à AFP.

Jeong e uma equipe usaram projeções de vários modelos climáticos, sob diferentes cenários de aquecimento, para prever padrões de seca terrestre.

A aridificação é uma ameaça importante, acelerando a degradação da terra e a desertificação, e a perda de plantas e árvores cruciais para a absorção do gás do efeito estufa dióxido de carbono.

Também intensifica as secas e incêndios florestais, e afeta a qualidade da água para cultivar e beber.

A equipe descobriu que com um aquecimento de 2ºC, que pode ser atingido entre 2052 e 2070, entre 24% e 32% da superfície terrestre total se tornará mais seca.

Mas se o aumento da temperatura for limitado a 1,5ºC - a meta mais baixa inscrita como ideal no Acordo de Paris sobre o clima -, esta porção diminui para entre 8% e 10%, disse Jeong.

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