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Estado de Minas

Chile opta pela direita com vitória tranquila de Piñera


postado em 18/12/2017 12:01

O Chile virou à direita com o triunfo eleitoral do bilionário ex-presidente Sebastián Piñera sobre o candidato governista, Alejandro Guillier, que prometia dar continuidade às políticas da socialista Michelle Bachelet.

Piñera venceu o segundo turno com 54% dos votos, quase oito pontos a mais do que Guillier, que rapidamente reconheceu a "derrota dura" da centro-esquerda, que esperava unir suas forças em uma frente "anti-Piñera" que não surtiu efeito.

Com a vitória do magnata, o Chile repetirá em março uma cena recorrente em sua política com Bachelet e Piñera como protagonistas da transição presidencial. Os dois tomaram café nesta segunda-feira na casa do bilionário, cumprindo uma tradição republicana do país.

Sem pesquisas ou previsões antes do segundo turno, os chilenos participaram de um segundo turno no escuro, no qual Piñera obteve uma votação maior do que o esperado em detrimento de Guillier. O candidato da situação foi incapaz de seduzir grande parte da esquerda radical, cuja candidata à presidência, a jornalista Beatriz Sánchez, recebeu 20% dos votos no primeiro turno.

"O triunfo de Piñera, pela diferença que alcançou, surpreende", disse à AFP o analista Guillermo Holzmann.

Muitos acreditavam em uma disputa mais apertada, depois que o candidato de direita registrou uma votação menor do que a esperada no primeiro turno.

Entre os dois turnos, Piñera conseguiu aumentar sua votação em quase 1,4 milhão de votos. As primeiras análises indicam que conseguiu adicionar os 500.000 votos recebidos pelo candidato de extrema direita, José Antonio Kast - que declarou seu apoio , e conquistou novos eleitores, incluindo alguns que votaram na esquerda em novembro.

- Voto pragmático -

"As pessoas que compareceram para votar definiram a eleição. Não foi um voto ideológico na direita, ou na esquerda. Foi um voto muito pragmático. Votaram em quem apresentava mais certezas", disse Holzmann.

Piñera, que governou o Chile entre 2010 e 2014, também conseguiu captar o voto dos eleitores descontentes com o ritmo das reformas sociais instauradas por Bachelet e temerosos de uma guinada mais radical à esquerda. Venceu em 13 das 15 regiões do Chile, incluindo Antofagasta, cidade pela qual Guillier é senador.

Durante a campanha, Piñera afirmou que Guillier - que radicalizou o seu discurso - se parecia cada vez mais com o venezuelano Nicolás Maduro, enquanto nas redes sociais os seus partidários passaram a chamar o Chile de "Chilezuela".

"Serei o presidente da unidade, o presidente de todos e para todos os chilenos, o presidente do trabalho, o presidente do progresso e, certamente, o presidente da classe média e das regiões do nosso país", afirmou um eufórico Piñera durante um comício no centro de Santiago, onde celebrou sua segunda vitória em uma eleição presidencial.

"Chile se salvou, Chile se salvou", gritaram os simpatizantes de Piñera, um empresário com uma fortuna avaliada em 2,7 bilhões de dólares pela revista Forbes e que prometeu transformar o Chile em um país desenvolvido até 2025.

- Futuro das reformas -

Os eleitores da esquerda manifestaram preocupação com o futuro das reformas sociais aprovadas por Michelle Bachelet. Piñera disse que manteria o ensino universitário gratuito apenas aos 260.000 alunos já contemplados. Mas ofereceu 90% de bolsas para os estudantes de institutos técnicos.

A composição do Congresso faz antever, porém, que Piñera será obrigado a alcançar acordos com a nova oposição.

Sua coalizão tem 72 deputados de um total de 155 na Câmara dos Deputados. A esquerda está dividida em duas alas: a Frente Ampla (radical), que terá 20 deputados, e a Nova Maioria, com 43 deputados.

"Temos que ser autocríticos: sofremos uma derrota dura. E nas derrotas é quando mais se aprende. Temos que levantar e defender as reformas nas quais acreditamos", disse Guillier.

Piñera prometeu um programa de governo para o período 2018-2022 avaliado em 14 bilhões de dólares, 5,5% do PIB.

Entre suas principais propostas estão: levar o Chile ao clube dos países desenvolvidos até 2025; estabilizar a dívida pública, atualmente em 23,8%; criar 700.000 empregos; reduzir a tributação para as empresas (27% a 25%); e aprovar a reforma da Previdência.


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