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Estado de Minas

Opositores hondurenhos vão às ruas defender vitória eleitoral


postado em 15/12/2017 17:22

Simpatizantes da oposição de esquerda bloquearam nesta sexta-feira (15) as ruas em várias cidades de Honduras, apesar da repressão policial, para proclamar a vitória de seu candidato, Salvador Nasralla, nas eleições de 26 de novembro.

Na capital, os simpatizantes da Aliança Opositora contra a Ditadura, de Nasralla, ergueram barricadas com pedras e atearam fogo em pneus para bloquear as ruas.

Policiais e militares apagavam as fogueiras e apartavam as barricadas para possibilitar a passagem de veículos, observaram jornalistas da AFP.

Quase três semanas depois das eleições, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) não proclamou um ganhador, embora o resultado final da uma leve ventagem ao presidente Juan Orlando Hernández, de 49 anos, aspirante a reeleição pelo Partido Nacional (PN, direita).

- Veículo militar em chamas -

A aliança opositora, comandada pelo ex-presidente Manuel Zelaya, convocou os protestos em todo o país para denunciar a "fraude" nas eleições e pedir que Nasralla, um apresentador de televisão de 64 anos, seja declarado presidente.

Na saída norte da capital, os manifestantes queimaram um caminhão do exército, enquanto os militares lançavam bombas de gás lacrimogênio.

"Não vamos deixar que este ditador que perdeu as eleições se sente na cadeira presidencial", disse à AFP um manifestante que não se identificou, enquanto bloqueava a rua na colônia Miraflores, um setor de classe média no leste de Tegucigalpa.

Os manifestantes carregavam cartazes com as frases "Respeitem a vontade popular. Fora JOH", iniciais do presidente.

"Não queremos esse ditador, que fraude que fizeram no Tribunal Supremo Eleitoral, mas vamos defender o triunfo (de Nasralla) até a morte", afirmou o canal UneTV um mascarado que participava no bloqueio na zona de La Laguna, oeste da capital.

"Estamos abrindo as vias, para manter a calma. Eles podem protestar porque um direito, mas de forma pacífica", disse um oficial da polícia.

Centenas de bloqueios se espalharam por todo o país. Em San Pedro Sula, a segunda cidade do país (norte), dezenas de policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo aos manifestantes.

Desde domingo passado o TSE - que até o dia 26 de dezembro para proclamar um ganhador-, está dedicado a resolver impugnações apresentadas por partidos de oposição para que as eleições sejam anuladas e sejam novamente convocadas.

A aliança impugnou a votação e a contagem, ao apontar que houve "alteração por dolo das atas do escrutínio" para assegurar a reeleição de Hernández.

O TSE deu uma vantagem a Hernández com 42,95% dos votos apurados frente a 41,42% de Nasralla. Em um primeiro resultado, com 57% dos votos contados, o TSE havia dado uma vantagem de cinco pontos a Nasralla.

Essa vantagem era considerada "irreversível", mas depois de uma série de interrupções no sistema de informática, o resultado se reverteu a favor do presidente.

- "A fraude é realidade" -

Luis Zelaya, candidato do Partido Liberal (PL, direita), terceiro lugar na votação, declarou que Nasralla ganhou as eleições, segundo as atas que tem em seu poder.

"Que o Partido Nacional cometeu fraude? É uma realidade, ninguém vai apagar isso do imaginário coletivo, o Tribunal Supremo Eleitoral perdeu toda credibilidade", sentenciou Luis Zelaya.

O candidato liberal disse que o povo "votou contra a reeleição ilegal".

Hernández se candidatou à reeleição graças a uma resolução da Sala Constitucional da Corte Suprema, que decidiu a favor de um recurso contra uma proibição estabelecida na carta magna.


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