Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo do Senado, revelou nesta quarta-feira que a votação da reforma da Previdência ocorrerá apenas em fevereiro de 2018, o que foi desmentido menos de duas horas depois pelo Palácio do Planalto.
"Há um acordo para votar a reforma da Previdência apenas em fevereiro", informou Jucá por meio de sua assessoria de imprensa.
Segundo o senador, a decisão foi tomada com o aval dos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
No início da noite, o Palácio do Planalto divulgou nota na qual informou que o presidente Michel Temer ainda definirá com Maia e Eunício Oliveira a data da votação.
O anúncio de Jucá ocorreu às 17h05 e a nota do Planalto foi divulgada às 18h52.
O governo do presidente Michel Temer tenta aprovar a reforma na Câmara antes do final de 2017, para não levar a questão espinhosa a um ano de eleições, mas nos últimos dias tanto o executivo como a base aliada sinalizaram para um adiamento diante da dificuldade de se obter os 308 votos necessários para a PEC (proposta de emenda constitucional).
Maia já advertiu que só colocará a PEC em votação com uma margem de ao menos 330 deputados favoráveis à reforma.
Na terça-feira, o próprio Temer admitiu a possibilidade de adiar a votação.
O projeto propõe idade mínima para a aposentadoria de 62 anos para as mulheres e de 65 anos para os homens; e 40 anos de contribuição para se ter direito ao benefício completo.
Inicialmente, o projeto previa uma contribuição pelo período mínimo de 25 anos para se obter o benefício, mas o governo optou por manter os atuais 15 anos.
Haverá uma transição até 2038, quando o novo sistema terá plena vigência.
A reforma busca unificar os sistemas privado e público, o último muito mais oneroso e apontado como um "privilégio" pela propaganda oficial.