Agentes das forças de segurança israelenses infiltrados entre os manifestantes palestinos dispersaram nesta quarta-feira (13) com violência um protesto na Cisjordânia contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, constataram jornalistas da AFP.
Algumas dezenas de palestinos jogaram pedras contra soldados israelenses durante uma manifestação que reuniu cerca de 150 pessoas em frente ao posto de controle de Bet El, perto de Ramallah, quando uma bomba de efeito moral explodiu e alguns homens que pareciam estar entre os manifestantes dispararam para o ar, segundo imagens de um cinegrafista da AFP.
Os soldados israelenses que estavam mais distantes se aproximaram correndo ou a bordo de veículos, forçando os manifestantes a fugir. As imagens do cinegrafista e do fotógrafo da AFP mostram a prisão de três palestinos.
Usando a tradicional kufiyya palestina, balaclava e até mesmo a bandeira palestina, os infiltrados passaram despercebidos entre os manifestantes. As forças israelenses recorrem a esses agentes, conhecidos como "mustaribine" (literalmente "aqueles que se disfarçam como árabes"), a fim de parar manifestantes durante protestos na Cisjordânia, ou em Jerusalém.
Esses "mustaribines" são judeus, árabes-israelenses, drusos ou beduínos, falam árabe como os palestinos e são fisicamente semelhantes. Geralmente se misturam entre a multidão e até jogam pedras contra os soldados.
Três palestinos ficaram feridos durante a confusão em Bet El, segundo fontes médicas.
Desde o anúncio, em 6 de dezembro, pelo presidente americano Donald Trump do reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, as manifestações - relativamente limitadas como um todo - se repetem diariamente nos Territórios palestinos.
Grande parte da comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como a capital do Estado hebreu e considera que seu status deve ser negociado.