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Estado de Minas

Líderes muçulmanos defendem Jerusalém Oriental como capital palestina


postado em 13/12/2017 14:46

Líderes muçulmanos reunidos em Istambul pediram nesta quarta-feira (13) que o mundo reconheça Jerusalém Oriental como capital de um Estado palestino, em resposta à decisão americana de reconhecer a cidade Santa como capital de Israel.

"Proclamamos Jerusalém Oriental capital do Estado da Palestina e convocamos os outros países a reconhecerem o Estado da Palestina e Jerusalém Oriental como sua capital ocupada", declararam os líderes em uma nota divulgada ao final de uma cúpula da Organização da Cooperação Islâmica (OCI).

A maioria dos países árabe-muçulmanos já reconhece Jerusalém Oriental como capital do Estado ansiado pelos palestinos.

"Rejeitamos e condenamos firmemente a decisão irresponsável, ilegal e unilateral do presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como a suposta capital de Israel. Consideramos esta decisão nula e sem valor", acrescentaram os líderes muçulmanos em seu comunicado final.

Eles também chamaram a decisão do presidente americano, Donald Trump, de irresponsável, nula e sem valor, além de servir para alimentar "o extremismo e o terrorismo".

"É uma sabotagem deliberada de todos os esforços, visando a chegar à paz, alimenta o extremismo e o terrorismo e ameaça a paz e a segurança mundiais", completou o texto.

Além disso, essas lideranças afirmaram que Washington, com uma decisão contrária às resoluções internacionais, "marca sua retirada de seu papel de mediador na busca por um acerto de paz".

"Assim, Washington estimula Israel, a força ocupante, a continuar a colonização, o Apartheid e a limpeza étnica nos Territórios Palestinos ocupados em 1967", reforça a nota.

Na abertura da cúpula, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que se arvorou do papel de porta-voz da ira do mundo árabe-muçulmano nesse tema, pediu à comunidade internacional que reconheça Jerusalém Oriental como "capital da Palestina".

"Israel é um Estado de ocupação. Além disso, é um Estado terrorista", afirmou, repetindo que Jerusalém é uma "linha vermelha".

Defensor ferrenho da causa palestina, Erdogan também acusou Trump de ter uma "mentalidade sionista".

Em um discurso especialmente virulento na abertura dessa cúpula pan-islâmica em Istambul, presidente palestino, Mahmud Abbas, denunciou que Trump "ofereceu Jerusalém de presente para o movimento sionista" e garantiu que "não aceitamos qualquer papel dos Estados Unidos" no processo de paz, porque Washington é "parcial".

Segundo Abbas, "Jerusalém é e continuará sendo eternamente a capital do Estado da Palestina (...) E, sem isso, não haverá paz, nem estabilidade".

- Muçulmanos divididos -

Apesar da dureza retórica dos participantes, nenhuma medida concreta foi anunciada pelo principal grupo muçulmano, que tem, entre seus principais membros, aliados próximos dos EUA.

A medida americana provocou manifestações em vários países do Oriente Médio e episódios de violência nos Territórios Palestinos e em Jerusalém. Quatro palestinos morreram, e centenas ficaram feridas desde quinta-feira passada.

A região se encontra profundamente dividida. Somado a isso, vários países - como a Arábia Saudita - buscam cultivar boas relações com o governo Trump, tendo como pano de fundo a hostilidade em relação ao Irã.

Em uma reunião no último fim de semana, a Liga Árabe se contentou com fazer uma condenação verbal, pedindo aos EUA que "anulem sua decisão sobre Jerusalém".

Fazendo um apelo para que os países presentes "unam suas forças", o presidente iraniano, Hassan Rohani, condenou que "alguns países da nossa região cooperem com os Estados Unidos e o regime sionista".

O Irã não reconhece Israel e mantém relações tensas com a Arábia Saudita.

Entre os cerca de 20 chefes de Estado que responderam ao apelo de Erdogan, estão o presidente iraniano, Hassan Rohani; o rei da Jordânia, Abdallah II; o emir do Catar, xeque Tamim ben Hamad al-Thani; o libanês Michel Aoun; e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que não integra a OCI.

Acusado de cometer genocídio em Darfur, O presidente do Sudão, Omar El Bechir, também esteve na cúpula.

O Egito, que vive tensões com a Turquia, mas quis estar presente em uma cúpula sobre a questão de Jerusalém, enviou seu chanceler, Sameh Choukry.

A Arábia Saudita esteve representada por seu ministro das Relações Exteriores, Nizar Madani.


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