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Estado de Minas

Prêmio Sakharov reforça luta para libertar 'presos políticos', diz Ledezma


postado em 12/12/2017 20:31

O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma assegurou nesta terça-feira (12) que o prêmio Sakharov concedido à oposição na Venezuela reforça sua luta pela libertação dos "presos políticos" venezuelanos e para virar a página de uma "história escrita com sangue".

O prêmio é um "reconhecimento aos testemunhos de bravura, dignidade, coragem" do povo venezuelano e, por sua vez, um "compromisso" pela "paz, pelo progresso e pelos direitos humanos", afirmou Ledezma em uma entrevista à AFP em Estrasburgo, na França.

"Isso deriva em uma responsabilidade de ter uma condução mais acertada, a de lutar para que na Venezuela haja justiça, para que libertem os presos políticos, para que viremos a página desta história escrita com sangue e inauguremos um tempo de concórdia", acrescentou.

A Eurocâmara decidiu conceder em outubro à "oposição democrática venezuelana", encarnada por seu Parlamento e pelos "presos políticos", o famoso prêmio Sakharov 2017 para apoiar "a luta de um povo por sua liberdade", nas palavras de seu presidente, Antonio Tajani.

O nome de Ledezma destacava-se entre os presos citados pela Eurocâmara, mas sua fuga do país latino-americano dias depois rumo à Colômbia e, posteriormente, à Espanha, lhe permitirá receber o prêmio junto ao presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges.

"Eu não fugi, eu me libertei, me libertei de um sequestro". "Não há provas para justificar a minha prisão", disse o líder opositor, que se vê "mais útil fora da Venezuela" e que advertiu em sua chegada a Madri que se dedicaria a "percorrer o mundo" para dar voz à oposição.

- 'Armadilha de jaula' -

Diante das bandeiras dos países europeus na sede francesa da Eurocâmara, Antonio Ledezma cumpre com sua palavra e não poupa críticas contra a "narcoditadura" do presidente Nicolás Maduro, mas também fala sobre alguns opositores divididos.

A oposição "desmobilizou a rua" depois dos protestos que deixaram 125 mortos entre abril e julho, "não defendeu a tese do referendo revogatório", "continua dentro da armadilha de jaula de um diálogo falso no qual o governo levou todos os troféus", adverte.

As recentes eleições de prefeitos são "nulas" e a presidencial prevista em 2018, que pode ser adiantada, será "outra fraude" do "regime" venezuelano, pelo qual advoga por "uma transição" prévia a um processo eleitoral "livre de suspeitas".

Fortalecido com uma vitória nas eleições de prefeitos de domingo, Maduro quer a sua reeleição em 2018 com o caminho livre, depois de ameaçar no mesmo dia os principais partidos opositores, que não disputaram as municipais, de excluí-los das presidenciais.

"Só quem faz isso é um gorila, alguém que desempenha o papel de ditador", assegurou o ex-prefeito da capital venezuelana, que foi detido em fevereiro de 2015 acusado de conspiração e associação criminosa.

- 'Simular um sorriso' -

Por isso, além das recentes sanções adotadas contra o governo venezuelano, Antonio Ledezma pediu à UE sanções individuais contra os que "são responsabilizados, segundo relatórios da ONU e da OEA, pela execução de crimes contra a humanidade".

A adoção por parte da UE do embargo de armas é "um bom sinal", mas "seria melhor" se adotassem sanções em linha com as "que já foram ditadas por Estados Unidos e Canadá", apontou o político veterano nascido em San Juan de los Morros (norte) há 62 anos.

Do exílio, o antigo recluso da prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, onde ficou durante três meses junto com Leopoldo López, antes de obter a prisão domiciliar por causa de uma operação, assegura que a cerimônia de premiação será agridoce.

"Amanhã não vamos estar felizes, não vamos poder sequer simular um sorriso, porque na Venezuela há presos de consciência", lamentou este político, para quem "na Venezuela se chora todos os dias pelos venezuelanos que tiveram que migrar".

"Mais de dois milhões de venezuelanos estão dispersos pelo planeta, por isso dizemos que a Venezuela está em todas as partes", declarou, nomeando países como México, Catar, Arábia Saudita, Equador e Colômbia. "Em qualquer meridiano, em qualquer paralelo", destacou.


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