Jornal Estado de Minas

Caso russo: Michael Flynn cai na rede do procurador especial

A investigação sobre a suposta ingerência russa na campanha presidencial americana pescou um peixe grande nesta sexta-feira (1º): o ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, o general Michael Flynn, reconheceu ter mentido para o FBI (a Polícia Federal americana).

O processo liderado desde maio pelo procurador especial independente Robert Mueller e as audiências de três comissões do Congresso revelaram contatos entre a equipe de Trump, quando era candidato republicano, e personalidades russas.

Trump e Moscou negam ter-se aliado para influenciar o resultado eleitoral.

Confira as figuras mais importantes do caso russo:

- Michael Flynn -

Mueller acusou Flynn de prestar "falso testemunho" sobre seus contatos com o então embaixador russo em Washington, Sergei Kisliak.

Declarou-se culpado e aceitou colaborar com a investigação, o que poderia implicar uma redução da condenação. Nos EUA, mentir para um agente federal é passível de uma pena de vários anos de prisão.

O procurador especial quer determinar se ele e seu filho, Mike Flynn Jr., participaram ativamente da suposta ingerência russa.

O ex-conselheiro se demitiu três semanas depois de entrar na Casa Branca, após revelarem que mentiu para o vice-presidente americano, Mike Pence, sobre seus encontros com o diplomata russo.

Depois, a imprensa americana revelou que Flynn foi remunerado por empresas russas por falar em conferências e que, além disso, tinha atividades não declaradas como lobista na Turquia.

- George Papadopoulos -

Assessor de política externa durante a campanha, é a primeira pessoa sentenciada na investigação.

Manteve contatos com funcionários russos e tentou arrumar uma viagem de Trump para a Rússia com o presidente russo, Vladimir Putin.

Também disse a seus superiores que lhe ofereceram informação para minar a campanha de Hillary Clinton.

Declarou-se culpado de mentir para o FBI, decisão pela qual se deduz que tenha concordado em colaborar com Mueller.

- Paul Manafort -

Ex-chefe da campanha de Trump, este influente advogado foi preso em 30 de outubro por suspeita de lavagem de dinheiro e evasão fiscal, relacionadas com seu trabalho para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, apoiado por Moscou.

Manafort pode enfrentar uma considerável pena de prisão, a menos que coopere com Mueller.

- Rick Gates -

Sócio de Manafort na Ucrânia e assessor na campanha presidencial de Trump, Gates também foi preso em 30 de outubro.

Segundo especialistas, pode oferecer provas contra outras pessoas relacionadas com o caso em troca de um tratamento mais suave.

- Donald Trump -

Nada liga diretamente o presidente com a Rússia, mas demitir James Comey como diretor do FBI faz os investigadores suspeitarem de uma possível obstrução de Justiça.

Os analistas esperam que Mueller não aponte contra Trump até que tenha terminado de investigar todas as pessoas em seu radar.

- Carter Page -

Também foi membro da equipe de política externa da campanha de Trump.

Manteve uma longa relação com a Rússia que levanta suspeitas. Alega que as viagens a Moscou antes e depois da eleição tinham fins pessoais e acadêmicos.

Mas, em um e-mail de julho de 2016 para personalidades de alto nível da campanha do então candidato republicano, disse ter contato com legisladores russos e membros importantes do governo de Putin.

Também propôs que Trump viajasse a Moscou.

- Jared Kushner -

Acredita-se que o genro de Trump seja um dos principais alvos da investigação por seus contatos com Kislyak, com um poderoso banqueiro russo e com Natalia Veselnitskaya, uma advogada vinculada ao Kremlin que oferecia informações comprometedoras sobre Hillary Clinton.

Seu provável papel na demissão de Comey e em outros movimentos da Casa Branca também chamam a atenção dos investigadores por suposta obstrução.

- Donald Trump Jr. -

O filho de Trump ajudou a coordenar e participou da reunião com Veselnitskaya, enquanto esteve envolvido nos projetos imobiliários da organização Trump relacionados com a Rússia.

- Jeff Sessions -

O ex-senador e agora procurador-geral desperta as suspeitas por sua falta de honestidade sobre as reuniões que manteve com o embaixador russo.

Esteve a cargo de George Papadopoulos e Carter Page como assessores de política externa da campanha de Trump, pelo qual os contatos e as propostas de reuniões devem ter passado por ele.

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