Jornal Estado de Minas

'Carniceiro dos Balcãs' é condenado à prisão perpétua

Parentes de vítimas da Guerra da Bósnia oram em frente ao tribunal - Foto: JOHN THYS / AFP
O ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, foi condenado nesta quarta-feira à prisão perpétua depois de ser declarado culpado de dez acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia de Haia.


"Por ter cometido estes crimes, a câmara ordenou o senhor Ratko Mladic à prisão perpétua", declarou o juiz Alphons Orie.

A guerra da Bósnia, ocorrida entre 1992 e 1995 por disputas étnicas e territoriais, deixou mais de 100.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados.

Um dos episódios mais violentos foi o massacre em Srebrenica, em que 8.000 muçulmanos foram vítimas de 'limpeza étnica', como disseram os procuradores que trabalharam no julgamento.

 

Ratko Mladic tem 74 anos e compareceu à audiência na Justiça.

Ao entrar no tribunal, ele acenou confiante para os fotógrafos. Mas, durante o julgamento, o réu teve de ser retirado da sala, depois de se levantar e protestar contra os juizes. "Eles mentem, vocês mentem. Não me sinto bem", gritou, depois que o juiz Alphons Orie recusou o pedido de adiamento da defesa por causa de um suposto mal estar e pressão alta de Madlic.

 

Do lado de fora, um memorial das vítimas, com fotos dos mortos na guerra, foi montado em frente ao tribunal e reuniu muitos parentes, que oraram antes da decisão do juiz.

 

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