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Estado de Minas

Regata Jacques-Vabre: Vivo à Beira, o veleiro que navega pelas favelas


postado em 20/11/2017 12:10

Um olho tamanho extra grande que desafia. Muito perto da chegada da etapa final da Transat Jacques-Vabre na Bahia, o veleiro Vivo à Beira não exibe qualquer logotipo de marca, mas sim um olho gigante desenhado em suas velas por um grande artista para capturar a atenção a fim de ajudar os jovens das favelas brasileiras.

Nesta segunda-feira, o monocasco de 18 metros (categoria Imoca) cruzará a linha de chegada desta regata de longa distância em Salvador. Um destino que faz todo o sentido para a dupla de velejadores Pierre Lacaze e Yoann Richomme, que lidera um projeto social e educacional nas favelas.

"Este olho que está conosco é também o olhar de todos esses jovens brasileiros que nos esperam. É por isso que é absolutamente necessário que terminemos este transat, seja qual for a dificuldade e a posição final. Há um verdadeiro sentido por trás desse olho", explica à AFP Pierre Lacaze, rico empreendedor financeiro baseado em Nova York e que optou por se envolver em projetos de caridade no Brasil há 6 anos.

"A arte nas favelas, eu realmente experimentei muito concretamente, muitas vezes é uma alternativa à violência. Os jovens de 12, 13 anos não têm muita escolha. Ou trabalham para um sindicato, o do tráfico de drogas, que é um bom trabalho e têm uma expectativa de vida relativamente baixa, ou vão para a escola, mas há poucas vagas. Ou nós oferecemos formação para uma profissão. E, para isso, muitas vezes a melhor maneira de atraí-los é com projetos de arte de rua, fotografias", diz Lacaze, apaixonado pela navegação.

- Perpetuação -

Para o seu veleiro, totalmente apoiado por sua empresa, Lacaze pediu ajuda a um grande artista de rua, o francês JR, que revela suas gigantescas obras nas fachadas de prédios do mundo inteiro. Dez anos atrás, ele fez um trabalho com as mulheres do Morro da Providencia, no Rio de Janeiro, cobrindo os muros com enormes fotos de rostos e olhares de mulheres.

Foi este o trabalho que Pierre Lacaze quis perpetuar. O empresário francês de 49 anos trabalha em estreita colaboração com a Brazil Foundation, uma das mais de 300 mil ONG atuantes no país, que em 17 anos arrecadou US$ 40 milhões, que alimentaram 500 organizações nas áreas de educação, saúde, cultura e direitos humanos.

Em 2014, Lacaze escolheu participar da Transat Jacques-Vabre para marcar os espíritos e despertar as consciências, num momento em que a violência não para de aumentar no Brasil.

"O objetivo é arrecadar dinheiro para os projetos que temos no Brasil, mas também tentar federar energias em torno de um projeto simpático", diz o marinheiro, que mira agora a Route du Rhum em 2018 para continuar seu projeto.

Nesta segunda-feira, a embarcação navegará até a linha de chegada, em 10º lugar na categoria Imoca da Transat Jacques-Vabre, sob o olhar de muitas jovens de favelas que esperam para recebê-lo.


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