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Estado de Minas

Rússia veta na ONU renovação de mandato de investigadores de armas químicas na Síria


postado em 18/11/2017 00:40

A Rússia vetou nesta sexta-feira (17) no Conselho de Segurança da ONU, pela segunda vez em 24 horas, o projeto de resolução para renovar o mandato dos especialistas que investigam o uso de armas químicas na Síria.

Apresentada pelo Japão, a proposta buscava estender por 30 dias a missão do Mecanismo Conjunto de Investigação (JIM, sigla em inglês), visando a manter as negociações para um acordo de consenso.

Doze dos 15 membros do Conselho apoiaram o texto, a Bolívia votou contra, e a China se absteve.

Esta é a 11ª vez que a Rússia bloqueia um projeto de resolução contra a Síria, de quem é um ferrenho aliado.

"A Rússia não está interessada em chegar a um consenso com o restante do Conselho para salvar o JIM", declarou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.

A pedido da Suécia, o Conselho de Segurança se reuniu depois da votação para tentar encontrar uma solução, mas o encontro foi em vão.

Os membros do Conselho "têm que garantir que estamos absolutamente convencidos de que esgotamos todas as possibilidades antes de que o mandato do JIM expire esta noite", declarou o representante sueco, Olof Skoog.

O diplomata italiano Sebastiano Cardi, que exerce a presidência do Conselho, disse aos jornalistas que o Conselho "seguirá trabalhando nas próximas horas e dias, de forma construtiva, para encontrar uma posição comum".

O Japão havia solicitado uma extensão de 30 dias, depois da tensa sessão de ontem, na qual a Rússia vetou uma proposta americana para renovar a missão por um ano e o Conselho não aceitou um projeto russo.

Em Moscou, Mikhail Ulyanov, chefe do departamento de não-proliferação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a prorrogação era desnecessária e rechaçou a necessidade de tomar medidas de emergência sobre o futuro do painel.

Ulyanov declarou que a Rússia está aberta a consultas e, se elas forem produtivas, "daqui a um tempo, talvez não muito, o Conselho de Segurança possa tomar uma decisão para renovar as atividades do JIM". "Por enquanto, não há nenhum motivo para o problema", afirmou.

A Rússia criticou fortemente o JIM depois que seu último relatório acusou a força aérea síria de ser responsável pelo ataque com gás sarin no povoado de Khan Sheikhun, que deixou mais de 80 mortos.

O ataque cometido em 4 de abril desencadeou indignação em todo o mundo, enquanto as imagens de crianças sofrendo circularam o mundo. Dias depois, os Estados Unidos lançaram mísseis contra uma base aérea síria.

O regime sírio de Bashar al-Assad nega o uso de armas químicas e conta com o apoio de seu principal aliado, a Rússia.

A votação aconteceu um dia depois de a Rússia aplicar outro veto, desta vez a uma proposta dos Estados Unidos para a ampliação, por mais um ano, do mandato do JIM; e da rejeição de um projeto russo que também renovava o mandato, mas com mudanças no painel.

Além da renovação do JIM, o projeto de resolução japonês previa que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apresentasse em 20 dias ao Conselho "propostas sobre a estrutura e a metodologia" do painel de especialistas no terreno.

O painel conjunto da ONU e da Opaq - criado pela Rússia e os Estados Unidos em 2015, que renovou seu mandato no ano passado - deveria determinar quem é responsável pelo uso de armas químicas na Síria.


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