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Estado de Minas

Obama volta à arena política


postado em 20/10/2017 02:07

O ex-presidente Barack Obama voltou à arena política nesta quinta-feira para apoiar dois candidatos democratas, abandonando o perfil discreto que manteve desde que deixou a Casa Branca, em janeiro.

Obama participou de comícios nos estados de Nova Jersey e Virgínia para apoiar os candidatos democratas aos governos locais.

"A política atual (...) acreditávamos que isto havia acabado há tempos (...). Esta gente tem 50 anos de atraso! Estamos no século XXI e não no XIX...", disse Obama em Newark, Nova Jersey, sobre a presidência de Donald Trump.

O ex-presidente, 56 anos, foi a Nova Jersey para apoiar o candidato ao governo Philip Murphy.

Horas depois, Obama discursou em Richmond, na Virgínia, para mais de 6 mil partidários do candidato Ralph Northam.

Entre o público havia muitos jovens e negros, alguns com camisas com a imagem de Obama, que aplaudiram o ex-presidente com muito entusiasmo.

Obama exortou os cidadãos da Virgínia a votar para "enviar uma mensagem ressonante a todo este lindo país e ao mundo".

"Se para vencer uma eleição devemos dividir a população, então não poderemos governar", disse Obama em outra referência a Trump. "Nosso valor não é maior quando menosprezamos as pessoas, e sim quando tratamos de elevá-las conjuntamente".

O ex-presidente citou os recentes acontecimentos em Charlottesville, cidade da Virgínia onde uma manifestação de ativistas de extrema direita degenerou em violência.

Obama revelou ser um descendente distante de Jefferson Davis, o presidente da Confederação durante a guerra civil americana (1861-1865). "Ele deve estar se revirando no túmulo", ironizou, antes de recordar outro famoso filho da Virgínia: Thomas Jefferson.

O terceiro presidente dos Estados Unidos (1801-1809) pode ter tido escravos, mas lutou pela tolerância e a igualdade dos homens, destacou Obama.

As duas eleições para governador vão acontecer no dia 7 de novembro, um ano após a vitória surpreendente de Donald Trump nas presidenciais de 8 de novembro de 2016.

A importância dessas eleições se deve, principalmente, à sua raridade: os americanos não costumam votar antes das eleições legislativas de meio de mandato. As próximas serão em 2018.

"Há apenas duas grandes eleições neste ano (nos Estados Unidos), e são para os governos de Nova Jersey e Virgínia", explica o professor de Ciência Política Larry Sabato à AFP.

"A ideia é obter vantagem para as eleições de meio de mandato em 2018", acrescenta.

Desde que deixou a Casa Branca, em 20 de janeiro passado, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos se mantinha à margem do debate político, fiel à tradição observada pelos demais ex-presidentes.

Após três meses de férias, Obama começou a escrever suas memórias, falou pouco publicamente e quase não concedeu entrevistas.

As poucas vezes que quebrou o silêncio foi para abordar questões de importância nacional, como a imigração, cobertura da saúde e a luta contra as mudanças climáticas.

Ao reencontrar nesta quinta-feira os militantes democratas, entre os quais mantém uma grande popularidade, o 44º presidente americano acabou cedendo à tentação de lançar algumas flechas contra Trump. O magnata nova-iorquino não tem sido exatamente discreto na hora de romper publicamente com qualquer coisa que represente seu antecessor.

Em Nova Jersey, o cargo de governador parece destinado a Murphy, que sucederia ao republicano Chris Christie, político que era próximo de Trump e que agora, no fim de seu mandado, goza de pouca popularidade.

"Os democratas têm tudo para ganhar em Nova Jersey. Então, apenas a Virgínia será um campo onde haverá uma verdadeira disputa", diz Sabato.

A Virgínia é importante, sendo o único estado histórico do sul conquistado pela então candidata à Presidência dos EUA Hillary Clinton, em 2016. Sua relevância cresce ainda mais se considerada sua proximidade com a capital federal, Washington, D.C.

- A importância dessas eleições -

"Se o Partido Republicano perder a Vírginia, Trump terá grande parte da culpa", afirma Sabato.

Em contrapartida, "se conquistar o cargo de governador, Trump não será visto como um zero à esquerda pelo partido em 2018".

Ralph Northam, um ex-médico militar, disputa o cargo contra o republicano Ed Gillespie, que aparece com uma pequena vantagem em uma pesquisa da Universidade Quinnipiac publicada na quarta-feira (18).

Consciente da importância dessas eleições em sua estratégia de manter maioria no Congresso, o presidente Trump acusou Ralph Northam de lutar para uma gangue de criminosos hispânicos, ao apoiar as chamadas cidades santuário para os imigrantes em situação ilegal no país.

Já Ed Gillespie, um ex-conselheiro de George W. Bush que se tornou um lobista milionário, manteve até o momento uma distância prudente do imprevisível presidente, que expressou seu apoio publicamente.


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