O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, chamou nesta quinta-feira (21) de "linguagem de cowboy e de gângster" o discurso do presidente americano, Donald Trump, contra Teerã na ONU.
"O discurso insano e extremamente ameaçador, insolente e confuso do presidente dos Estados Unidos com sua linguagem de cowboy e gângster é explicado pelo ódio e pela incompetência [dos funcionários do governo americano que] não têm cérebro", declarou Khamenei, de acordo com seu site.
"As palavras do presidente dos Estados Unidos não são gloriosas para a nação americana, e a elite do país deve ter vergonha de ter esse presidente e suas observações", acrescentou o aiatolá, durante um discurso na Assembleia de Peritos, um dos órgãos de governo da República Islâmica.
De acordo com seu site, Khamenei também disse que o "ódio" dos líderes americanos em relação ao Irã se explica pela "presença e influência da República Islâmica no Oriente Médio, o que levou ao fracasso as atividades norte-americanas e israelenses" na região.
Falando na terça-feira (19) na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, Trump fez um discurso muito virulento contra o Irã, país descrito por ele como um "Estado pária" e uma "ditadura corrupta".
Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980. A atmosfera entre os dois países melhorou durante o segundo mandato do presidente Barack Obama (2013-2017), mas a chegada de seu sucessor ao poder reavivou as tensões.
Trump ameaça retirar seu país do acordo nuclear iraniano firmado com Teerã pelos Estados Unidos, juntamente com Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia, em julho de 2015.
O acordo prevê a suspensão gradual das sanções econômicas internacionais impostas ao Irã em troca de garantias da natureza exclusivamente civil do programa nuclear de Teerã.
Na quarta-feira, o presidente iraniano disse à Assembleia Geral da ONU que Teerã responderá "com determinação" a qualquer violação desse texto.