Jornal Estado de Minas

Fábrica da GM no Canadá em greve por renegociação do Nafta

Funcionários americanos de uma fábrica canadense da americana General Motors (GM) se declararam em greve ao se aproximar a terceira rodada de renegociação do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), que inclui o México.

Em seu chamado a paralisar as atividades de fato na segunda-feira, o sindicato Unifor informou que a deslocalização ao México da fabricação de um modelo da GM mostra que "o Nafta é desfavorável para os trabalhadores".

A GM anunciou em janeiro a transferência para o México da produção de seu modelo Terrain, que era realizado na planta Ingersoll, em Ontário, com a supressão de 625 cargos durante o verão (no Hemisfério Norte).

Em contrapartida, desde 2015 a GM investiu 540 milhões de dólares para modernizar esta planta a fim de fabricar o novo Chevrolet Equinox, que também é produzido no México.

"O sindicato tem como prioridade conseguir que a empresa designe a planta (Ingersoll) como a principal produtora da Equinox", disse a Unifor.

Os 2.500 funcionários desta fábrica estão em greve, disse nesta terça-feira Jennifer Wright, porta-voz da GM Canadá.

A direção da GM acredita que foram feitos progressos nas negociações com a Unifor nas duas últimas semanas e disse se sentir "decepcionada de não estar em condições de fechar um novo acordo".

O conflito começou a quatro dias da retomada em Ottawa das negociações entre os três países do Nafta para reorganizar esse tratado. Outras duas rodadas de discussões já foram realizadas nos Estados Unidos e no México, e a meta é que até o fim do ano tenham preparado um tratado que atualize o vigente desde 1994.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera o Nafta o pior acordo que seu país assinou e ameaçou se retirar caso não se adaptasse às exigências de seu governo.

O presidente do sindicato Unifor, Jerry Dias, disse que as demissões registradas na GM Canadá "são um claro exemplo de tudo o que não funciona no Nafta".

Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ameaçou com represálias aos Estados Unidos se a corporação canadense Bombardier for punida com medidas antidumping pela venda de aparelhos CSeries à Delta Airlines, como se queixa a americana Boeing.

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