A Casa Branca exigiu nesta sexta-feira a suspensão do referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano, previsto para 25 de setembro, que o governo em Bagdá qualifica de "provocador" e "desestabilizador".
Confirmando sua convicção de que a consulta pode ser um obstáculo na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) e para a "estabilização das zonas libertadas", Washington manifestou seu desacordo com a decisão do Parlamento curdo iraquiano de convocar o referendo.
"Apelamos ao governo regional curdo para que abandone o referendo e inicie um diálogo sério com Bagdá", assinalou a Casa Branca em um comunicado, acrescentando que os "Estados Unidos sempre estão prontos para desempenhar um papel facilitador".
Para o governo em Bagdá, o referendo viola a Constituição.
O referendo também preocupa os países vizinhos, como Turquia e Irã, que temem que as ideias separatistas de Erbil se propaguem para suas próprias comunidades curdas.
Os dirigentes curdos afirmam que uma vitória do "sim" não levará a um anúncio imediato da independência, mas permitirá iniciar, em posição de força, novas negociações com o governo de Bagdá.
Mas há divisão, inclusive, entre os próprios 5,5 milhões de curdos iraquianos convocados a votar sobre a independência, especialmente sobre se este é o momento para a consulta.
Depois de três anos de luta para expulsar os extremistas islâmicos - que chegaram a controlar um terço do território iraquiano -, o país volta a se concentrar em seus problemas confessionais e étnicos de antes da chegada do EI.
O Curdistão iraquiano dispõe, desde 1991, de uma autonomia que tem sido ampliada ao longo dos anos.