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Estado de Minas

Kuczynski perde todos os ministros em disputa com o Congresso do Peru


postado em 15/09/2017 06:10

O Congresso do Peru, controlado pela oposição, negou o voto de confiança ao gabinete ministerial e forçou sua renúncia, em uma disputa de poder que obrigou o presidente Pedro Pablo Kuczynski a suspender as viagens ao Vaticano e ONU para formar uma nova equipe de governo.

O pedido de confiança apresentado pelo presidente do Conselho de Ministros, Fernando Zavala, recebeu 77 votos contrários, 22 a favor e 16 abstenções.

"Não foi aprovada a questão da confiança (...). Em consequência, gera a crise total do gabinete", disse no plenário o presidente do Congresso, Luis Galarreta, membro do partido opositor Força Popular, liderado por Keiko Fujimori.

Diante da decisão iminente do Congresso, a segunda vice-presidente peruana, Mercedes Aráoz, anunciou que o presidente suspendeu momentaneamente a viagem programada para a Assembleia Geral da ONU em Nova York e a visita ao Vaticano.

"Foi uma honra servir ao país sob a liderança do presidente Kuczynski. Liderar e defender políticas em benefício de todos os peruanos", escreveu no Twitter o até hoje primeiro-ministro Zavala, pouco depois do anúncio da decisão do Parlamento.

O presidente tem 72 horas para aceitar a renúncia dos ministros e depois anunciar os substitutos.

Kuczynski decidiu medir forças com o Congresso no momento em que a aprovação a seu mandato é de apenas 19%, com 77% dos peruanos insatisfeitos com seu governo.

O governo enfrenta uma prolongada greve de professores, que abalou a gestão da ministra da Educação, Marilú Martens.

"Respeito a Constituição e a democracia. Procederemos conforme a lei", escreveu o presidente no Twitter, antes de agradecer o trabalho de seus ministros.

Zavala solicitou o voto de confiança no Congresso para demonstra apoio à ministra da Educação, que havia sido ameaçada pela oposição com uma moção de censura, atitude que segundo o primeiro-ministro era uma ataque à política educacional do governo, um dos eixo das reformas no setor público.

Durante o primeiro ano de mandato, Kuczynski perdeu três ministros em disputas com o Congresso, onde 71 dos 130 legisladores são do partido de Keiko Fujimori, ex-candidata presidencial e filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori (1990-2000), que não facilita vida do governo.

O primeiro ministro a cair foi o titular da Educação, Jaime Saavedra, antecessor de Martens e face da reforma que promove a igualdade de gênero, o que é rejeitado pela Igreja e setores conservadores sob o argumento de que "promove" a homossexualidade.

No período também caiu um ministro da Economia e o ministro dos Transportes renunciou antes ser alvo de censura.

A bancada do governo reclama constantemente da atitude de obstrução do fujimorismo, que perdeu a eleição presidencial de 2016 por pequena margem.


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