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Estado de Minas

Moro volta a interrogar Lula, em outra ação por 'corrupção passiva'


postado em 12/09/2017 20:46

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em julho a quase dez anos de prisão, será interrogado novamente nesta quarta-feira, em Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, em outro processo por "corrupção passiva".

Lula, que recorre em liberdade, chega debilitado neste processo, após seu ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci admitir que as acusações contra o líder histórico de esquerda têm fundamento.

O Partido dos Trabalhadores (PT) promete mobilizar a militância para defender seu fundador, de 71 anos, mas a expectativa é de que reúna menos gente que no depoimento anterior, em 10 de maio, quando mobilizou cerca de 7 mil pessoas em Curitiba.

"As circunstâncias são muito parecidas, mas a dimensão é menor, já que nossa informação é de que irão menos ônibus e menos gente", declarou o secretário de Segurança Pública do Estado do Paraná, Walter Mesquita.

Um contingente de mil policiais foi mobilizado para controlar eventuais incidentes em Curitiba, agora conhecida como a "capital da Operação Lava Jato".

O depoimento de Lula está previsto para começar às 14H00 local.

Moro julga se a construtora Odebrecht pagou um terreno para o Instituto Lula, em São Paulo, e colocou à disposição da família do ex-presidente um apartamento em São Bernardo do Campo.

O ex-presidente já foi condenado por Moro em julho passado a 9 anos e meio de prisão por ser beneficiário de um tríplex no Guarujá ofertado por outra construtora, a OAS, em troca de sua influência para obter contratos na Petrobras.

Lula enfrenta atualmente cinco acusações, que vão de corrupção passiva e lavagem de dinheiro até organização criminosa e tentativa de obstrução da justiça.

Mas o ex-líder sindical se declara inocente e denuncia uma perseguição que visa impedir seu retorno ao poder e acabar com seu partido, o PT.

Essa linha de defesa está quase caindo por terra, uma vez que seu ex-ministro da Fazenda e membro da cúpula do PT Antonio Palocci afirmou na semana passada a Moro que a denúncia que será tratada nesta quarta "procede porque os fatos relatados nela são verdadeiros".

Segundo ele, a Odebrecht efetivamente pagou pelo terreno do Instituto Lula em São Paulo e colocou à disposição de sua família um apartamento em São Bernardo do Campo.

Lula vive um momento muito ruim. Sua recente caravana de três semanas pelo nordeste, sua base eleitoral, não registrou concentrações em massa que poderia fazê-lo ganhar força ante um cerco judicial cada vez mais estreito.

- Dilemas do PT -

O PT não consegue se reerguer. Com muitos de seus líderes históricos acusados ou presos, a ex-maior força da esquerda da América Latina tenta ainda curar as feridas do impeachment de Dilma em 2016.

Nas eleições municipais de outubro passado, o que chegou a ser o maior partido de esquerda do ocidente sofreu uma derrota histórica.

O partido também já não consegue mobilizar a população contra os programas de ajuste e privatizações do governo do presidente Michel Temer.

Para 2018, apostou todas as suas fichas em Lula, o político com mais intenções de voto e com um prestígio ainda forte nas regiões que se beneficiaram de seus programas sociais. Mas ele também é o candidato com maior rejeição entre os possíveis postulantes ao cargo.

Seu enfraquecimento deve obrigar o PT a elaborar um "plano B", mesmo que ninguém fale disso abertamente.


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