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Estado de Minas

Indústria luta para se reinventar no Salão do Automóvel de Frankfurt


postado em 12/09/2017 16:46

Fabricantes de veículos chegaram nesta terça-feira (12) à Alemanha para exibir suas mais recentes inovações no luxuoso Salão do Automóvel de Frankfurt (IAA). Contudo, a ameaça de novas leis ambientais mais rígidas e uma série de ausências tiraram um pouco do brilho do evento.

A princípio, só há boas notícias no IAA: a indústria europeia pode se gabar de cinco anos seguidos de crescimento, tendência que deve continuar em 2017, e de seus 12,6 milhões de funcionários no Velho Continente.

Pelos próximos 12 dias, quase mil expositores vão disputar as atenções no centro de convenções da cidade, espalhados em uma área do tamanho de 27 campos de futebol.

A principal vitrine da indústria da Europa, aberta por dois dias à imprensa a partir desta terça-feira, vai receber 50 fabricantes, uma série de fornecedores de peças e gigantes da internet, como Facebook e Google.

A federação da indústria automotiva alemã, a VDA, promete a estreia mundial de 228 modelos na IAA, muitos deles 4x4 urbanos - modelo que abocanhou 30% das vendas de novos carros na Europa nos últimos 15 anos.

Contudo, longe dos chassis reluzentes, das apresentações "high tech" e dos discursos de abertura otimistas, os avisos luminosos estão piscando no painel de bordo de uma indústria que continua a ser a chave para a saúde econômica da Europa.

- Gigantes adotam carros elétricos -

A indústria automobilística ainda precisa se redimir completamente pelo "dieselgate", escândalo de manipulação das emissões, revelado há dois anos.

O público foi para o centro de convenções nesta terça com um lembrete forte de um grupo de manifestantes do Greenpeace, que carregavam faixas onde se lia "A idade do petróleo está terminando", ao lado de um carro azul da Volkswagen na vertical, feito para parecer que ele tinha batido de frente com o chão.

Empresários vão ouvir atentamente o pronunciamento da chanceler Angela Merkel nesta quinta-feira - que insiste, na campanha eleitoral, que ainda está "irritada" com a manipulação das emissões.

A indústria está diante de potenciais proibições destes veículos em algumas cidades, e executivos se ancoram nas promessas de um futuro com carros híbridos - que também são elétricos.

Todas as gigantes alemãs - Volkswagen, BMW e Daimler - anunciaram programas de veículos elétricos antes do IAA, à espera de alcançar suas metas ambiciosas de vendas de carros híbridos ou apenas elétricos com uma enxurrada de novos modelos até meados de 2020.

O diretor de estratégia da Volkswagens, Thomas Sedran, disse que a fabricante espera persuadir motoristas com carros elétricos com 500 quilômetros de alcance e preços inferiores a 30 mil euros.

"Consumidores não terão mais que se preocupar se vão conseguir chegar em casa, no trabalho, ou se perguntar onde é a estação de carregamento mais próxima", ele disse à imprensa.

Neste ramo também há, contudo, uma sombra sobre futuro: a Tesla Motors, do carismático empreendedor americano Elon Musk, tem roubado todos os holofotes dos lentos concorrentes europeus.

Bem como Nissan, Peugeot, Volvo e Fiat, a Tesla fugiu desta edição do IAA, meses após produzir seus primeiros veículos Model 3, a versão mais popular dos seus carros elétricos.

As ausências se dão em grande parte pela relutância dos fabricantes acerca do gasto com a exposição em eventos da indústria, que pode chegar a milhões de dólares. Eles têm preferido organizar seus próprios lançamentos ou participar de feiras de eletrônicos, como a CES, em Las Vegas.

Nesta terça, vários estandes na IAA ofereciam espiadas sob o capô com óculos de realidade aumentada, ou ainda visitas de realidade virtual às pomposas visões dos fabricantes sobre o futuro da condução.

Para entusiastas de veículos em busca de uma ação mais realista, SUVs de luxo deslizaram em rampas muito íngremes, enquanto demonstradores levavam os fãs do off-road para "test drives".

- Proibições -

Com a preocupação acerca da poluição cada vez maior, o tempo urge para os fabricantes acertarem em uma alternativa ao motor de combustão - e convencerem os clientes.

França e Reino Unido anunciaram planos de proibir a venda de novos veículos a diesel ou gasolina até 2040.

Num anúncio surpresa neste fim de semana, logo antes da IAA, a China afirmou sua intenção de criar uma proibição similar, mas ainda não estipulou uma data.


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