O emir do Catar telefonou nesta sexta-feira ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, para manifestar seu interesse em resolver a crise diplomática bilateral que se estende há três meses, informou na madrugada deste sábado a agência estatal de Riad.
O príncipe "celebrou a disposição" de diálogo e precisou que "o anúncio sobre as modalidades deste diálogo se efetuará após a conclusão de um acordo" entre Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein e Egito, que em bloco romperam relações com o Catar.
Mas o telefonema do emir do Catar, xeque Tamin bin Hamad Al Thani, foi minimizado posteriormente por um porta-voz oficial saudita, que informou a suspensão de qualquer diálogo com Doha até que sejam esclarecidas suas posições.
O porta-voz, citado pela agência SPA, protestou pela maneira com que Doha informou o contato telefônico do emir com o príncipe saudita, afirmando que seu vizinho "distorceu o conteúdo da conversa".
"O contato ocorreu a pedido do Catar para um diálogo", destacou a SPA, citando uma fonte do ministério saudita das Relações Exteriores.
"Catar não está sendo sério sobre o diálogo e prossegue com suas políticas passadas. O Reino da Arábia Saudita declara que qualquer diálogo com o Catar deve ser suspenso até que se publique um comunicado claro explicando sua posição".
A crise, latente, explodiu no dia 5 de junho, quando Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein e Egito romperam relações diplomáticas com Doha.
Os quatro países acusaram o Catar de apoiar grupos extremistas e de se aproximar do Irã, grande rival da Arábia Saudita, e impuseram ao emirado sanções sem precedentes, com o bloqueio de vias de acesso marítimas, aéreas e terrestres.
Doha rejeitou as acusações e culpou os quatro países por atentar contra sua soberania.