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Estado de Minas

Ovos contaminados: Suíça, Hong Kong e 15 países da UE foram afetados

Anúncio do aumento do número de países atingidos foi feito pela Comissão Europeia; Holanda admitiu erros na gestão do escândalo


postado em 11/08/2017 07:46 / atualizado em 11/08/2017 09:31

(foto: PHILIPPE LOPEZ / AFP)
(foto: PHILIPPE LOPEZ / AFP)

A União Europeia (UE) pretende convocar uma reunião sobre a crise dos ovos contaminados com fipronil, que é investigada pela justiça.

Quinze países da União Europeia (UE), Suíça e Hong Kong foram afetados, anunciou a Comissão Europeia nesta sexta-feira (11).

Na UE, os países atingidos são Bélgica, Holanda, Alemanha, França, Suécia, Reino Unido, Áustria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polônia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e Dinamarca, disse um porta-voz do Executivo europeu à imprensa.

O comissário europeu da Saúde, Vytenis Andriukaitis, afirmou que deseja uma "reunião de alto nível com os ministros envolvidos, assim como com os representantes das agências de segurança alimentar de todos os Estados membros envolvidos, quando a totalidade dos fatos estiver a nossa disposição".

O escândalo teve origem em consequência do uso de fipronil, um inseticida estritamente proibido nos criadouros de galinhas, por parte de empresas de desinfecção que trabalhavam em explorações agrícolas da Holanda, Bélgica e Alemanha.

Dinamarca, Eslováquia e Romênia anunciaram na quinta-feira que também foram afetados, o que eleva a 12 o número de países europeus que receberam ovos contaminados, frescos ou líquidos, destinados à indústria alimentícia.

O escândalo se tornou maior na semana passada com a retirada de milhões de ovos de supermercados na Alemanha e na Holanda. A marca alemã Aldi, onde as gôndolas de ovos ficaram vazias durante uma semana, anunciou nesta sexta-feira que voltou a distribuir o produto.

Detenções

No capítulo judicial do escândalo, dois diretores da "empresa que provavelmente aplicou o produto nos criadouros avícolas" foram detidos na quinta-feira na Holanda, segundo a Procuradoria, que não especificou o nome da companhia. A imprensa holandesa informou que trata-se da ChickFriend, muito questionada no setor.

As autoridades realizaram oito operações de busca na Holanda e a justiça também questiona o "comerciante" que distribuiu o fipronil no país.

Na Bélgica, foram realizadas 11 operações de busca e apreensão "em todo o país" no âmbito da investigação, que já implica 26 pessoas e empresas suspeitas, segundo a Procuradoria da Antuérpia.

O MP destacou que "cerca de 6.000 litros de produtos proibidos" - de fipronil, segundo a imprensa - foram apreendidos em julho em uma empresa belga. A justiça não revelou o nome da empresa, mas esta foi identificada como o distribuidor de produtos sanitários para criadouros Poultry-Vision, na origem do escândalo junto com a ChickFriend, segundo os jornais.

O diretor da Poultry-Vision foi interrogado em julho e depois "foi liberado sob estritas condições", afirmou a Procuradoria, que "leva os fatos muito a sério, dada a sua gravidade, amplitude, caráter organizado e contexto internacional".

"Devemos analisar de modo detalhado o que aconteceu (...) que nossos especialistas identifiquem onde podem ter surgido os problemas para que tenhamos a capacidade de sentar e discutir soluções e os passos a tomar", disse Andiukaitis.

O fipronil é um inseticida comumente usado que está presente em produtos veterinários utilizados para os animais de estimação contra pulgas, carrapatos e ácaros. Seu uso é proibido em animais destinados à cadeia alimentar na União Europeia. Em doses elevadas pode provocar problemas neurológicos e vômitos.

A princípio, os ovos contaminados representam riscos limitados para a saúde do consumidor.

Poucos lotes contaminados que foram retirados dos mercados concentravam em apenas um ovo doses superiores a 0,54 mg de fipronil (o limite para uma pessoa de 60 kg calculado pela UE) e a imensa maioria apresentava taxas inferiores.

150 milhões de euros em perdas

Nesta sexta-feira, o ministro da Agricultura da França, Stéphane Travert, informou que mais de 200.000 ovos contaminados com fipronil, importados da Bélgica e Holanda, foram vendidos no país desde abril, mas destacou que o "risco para a saúde humana é muito reduzido".

O primeiro lote de 196.000 ovos, procedente da Bélgica, foi vendido entre 16 de abril e 2 de maio e já foi consumido "sem impacto para a saúde", afirmou o ministro.

O segundo lote, procedente da Holanda, com 48.000 ovos, foi vendido entre 19 e 28 de julho.

Travert afirmou que "todos os produtos que contêm ovos procedentes das granjas contaminadas serão retirados do mercado à espera dos resultados das análises" e que os alimentos "retornarão aos mercados em caso de resultados favoráveis".

O governo da Holanda nega qualquer negligência e afirma que "não havia nada que indicasse um risco agudo para a segurança alimentar. Não havia nenhum indício de que o fipronil poderia ser encontrado também nos ovos".

Mas o governo admitiu "retrospectivamente e com o que se sabe hoje sobre o alcance do uso e da presença de fipronil nos ovos" que a agência de segurança alimentar NVWA "teria que ter aconselhado medidas para o cumprimento da lei".

A organização agrícola holandesa ZLTO considerou na quinta-feira que o setor avícola poderia registrar perdas de "ao menos 150 milhões de euros". Na Bélgica, onde 50 explorações continuam fechadas, o governo prometeu aprovar medidas de apoio às empresas que sejam afetadas pela crise.

Holanda admite erros

Criticado pelos vizinhos europeus, o governo holandês reconheceu que foram cometidos "erros" na gestão do escândalo dos ovos contaminados, mas se negou a admitir qualquer acusação de negligência.


"Em qualquer crise se cometem erros. É totalmente o caso nesta", afirmou a ministra de Saúde da Holanda, Edith Schippers, em um programa da televisão holandesa divulgado na quinta-feira à noite.


A ministra alegou, porém, que o governo "não podia burlar o tempo da investigação judicial e das análises" das amostras extraídas.


Muitos condenam a Holanda por não ter transmitido antes a informação sobre os ovos contaminados com pesticida.


"Estávamos a par de um aviso sobre a presença de fipronil em uma granja de galinhas poedeiras em novembro de 2016, mas não havia nenhuma indicação sobre a descoberta de fipronil nos ovos nesse momento", insistiu a ministra, em sua primeira declaração pública desde que o caso veio à tona na semana passada.


A gestão desse aviso por parte de Haia suscitou críticas de autoridades políticas de vários países europeus afetados pela crise.


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