O filho mais velho do presidente sírio Bashar al-Assad está participando da Olimpíada Internacional de Matemática no Rio de Janeiro. Ele acredita que sua presença mostra que seu país, que atravessa uma uma guerra civil, está "muito melhor".
Hafez al-Assad, de 15 anos, afirmou, em entrevista publicada no jornal O Globo, que os que chamam seu pai de ditador "estão cegos".
"Eu sei o tipo de homem que ele é como meu pai. Como presidente, as pessoas dizem muitas coisas. Muitas estão cegas. Mas isso (que as pessoas dizem) não é a realidade", declarou Hafez, filho de Assad e sua mulher Asma.
A repórter, Paula Ferreira, descobriu a presença do jovem Assad entre os mais de 600 participantes, vindos de 111 países, na competição.
"Sempre vivi como uma criança normal e os meus amigos me veem como uma pessoa normal", disse Hafaz, que tem o mesmo sobrenome de seu avô, o já morto ex-presidente Hafez al-Assad (1930-2000).
"Nós viemos mostrar para o mundo que o país está indo melhor, muito melhor", declarou, em "inglês impecável".
Segundo a repórter, os organizadores, preocupados com a segurança no evento, não queriam expor a presença de Hafez.
A 58ª Olimpíada Internacional de Matemáticas (IMP, na sigla em inglês) começou nesta segunda-feira (17) com um minuto de silêncio em homenagem à iraniana Maryam Mirzakhani, que morreu no sábado, aos 40 anos, nos Estados Unidos, de câncer de pulmão.
Mirzakhani foi, em 2014, a primeira mulher a ganhar a medalha Fields, concedida pelo Congresso Internacional de Matemáticos, considerada o Nobel da disciplina. Em 1994 e 1995, tinha vencido as Olimpíadas internacionais.
As provas do IMO acontecem entre terça e quarta-feira, e os prêmios (medalhas de ouro, prata e bronze) serão anunciados no sábado.