A Albânia celebrou neste domingo as eleições legislativas que tiveram uma escassa participação e que foram tranquilas, sem as acusações de fraude dos últimos anos, em uma tentativa de acelerar o processo de adesão do país à União Europeia (UE).
Embora as pesquisas de boca de urna nem sempre sejam confiáveis, pareciam confirmar o favoritismo do Partido Socialista, do primeiro-ministro, Edi Rama, de 52 anos, que poderia, inclusive, alcançar a maioria absoluta em um Parlamento de 140 assentos.
Devemos "votar, votar, votar", pediu durante todo o dia Rama em sua conta do Facebook.
Seus chamados não pareceram ter convencido os eleitores. Embora as sessões eleitorais tenham ficado abertas uma hora a mais do que o previsto, até às 20H00 locais, as primeiras estimativas situassem a participação em 43%, 10 pontos a menos do que em 2013, um das cifras mais baixas desde a queda do comunismo.
As eleições ocorreram sem graves incidentes, apesar das acusações de "intimidação" e "compra de votos" entre os dois grandes partidos e o Movimento Socialista para a Integração (LSI).
Após uma campanha tranquila, eleições sem incidentes ou graves acusações de fraude seriam uma novidade neste país e, diante de 3.000 observadores - 300 deles estrangeiros -, enviariam um bom sinal em um momento no qual todos os partidos aguardam uma próxima abertura das negociações de adesão à UE, da qual é candidata desde 2014.
Segundo Edi Rama, "a maioria e a oposição pedirão em conjunto, depois das eleições, a abertura das negociações com a UE".
A Albânia é um dos países mais pobres da Europa, com um salário médio de 340 euros mensais. O desemprego levou milhares de pessoas, em particular os jovens, a deixar o país.
Segundo o último relatório da Comissão Europeia, o país tem instituições judiciárias "lentas e ineficazes" e "continua prevalecendo a corrupção".
"Queremos um Estado de direito, uma justiça que funcione, queremos que apliquem as leis, uma melhor situação econômica e tranquilidade", disse neste domingo Valentina Muzeqari, habitante de Tirana de 67 anos. "Levamos muito tempo esperando a adesão da Albânia à União Europeia. Acredito que desta vez irão nos abrir as portas", continuou.
Entretanto, a Albânia deverá lidar com outro assunto delicado: o tráfico de cannabis albanesa, que inunda os mercados europeus e, segundo estimativas, gera lucros equivalentes a um terço do produto interno do bruto do país.
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