A oposição venezuelana realizou nesta quarta-feira pequenos protestos, em vários pontos de Caracas, e pretendia ocupar a principal avenida da capital, mas foi reprimida com violência por policiais e a Guarda Nacional.
Os policiais e guardas lançaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam tiros de cartucho contra manifestantes em Altamira, bastião opositor no leste da capital, enquanto manifestantes se concentravam para uma passeata na estratégica autoestrada Francisco Fajardo, constatou a AFP.
Os "plantões" são protestos pontuais que bloqueiam o tráfego de veículos.
A deputada Gaby Arellano denunciou que membros da Guarda Nacional "assaltaram" e detiveram vários manifestantes.
Veneliz Marcano disse ao canal web Vivo Play que guardas roubaram seu celular e detiveram uma amiga. "Me tomaram o telefone e a colocaram em uma moto e foram embora (...). Estamos lutando por um país melhor. Tenho dois filhos, um ficou doente e não há remédios".
Em Chacao, no leste de Caracas, o gás lacrimogêneo cobria inclusive as zonas comerciais.
Em Santa Fe, no sudeste da cidade, dezenas de pessoas conseguiram bloquear, durante várias horas, a autoestrada de Prados del Este.
"É preciso resistir com uma data em mente: 30 de julho (dia das eleições de uma Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro). Não vamos permitir esta Constituinte e a instalação de um Estado comunista", gritou o deputado Juan Andrés Mejía.
Os "plantões" também paralisaram o trânsito no sudoeste de Caracas, como em Santa Mônica, e no leste, como em Terrazas del Ávila.
A atual onda de protestos da oposição, iniciada em 1º de abril, exige eleições gerais para antecipar a saída de Maduro do poder.
Os protestos, que já deixaram 68 mortos e mais de mil feridos, também rejeitam a Constituinte de Maduro, convocada sem o aval de um referendo e por meio de um sistema eleitoral "fraudulento".
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