Moscou: milhares de manifestantes protestam contra plano de urbanismo

AFP

Milhares de russos protestaram neste domingo (14) em Moscou contra um grande plano de urbanismo que prevê a expulsão e a realocação de milhares de habitantes da capital russa, que segundo seus críticos simboliza a falta de respeito das autoridades pela propriedade privada.

"Não às destruições", "Nosso bairro contra as expulsões", lia-se nos cartazes de uma multidão concentrada no centro da capital, sob gritos de "Não mexam com Moscou!".

De acordo com a polícia, havia 5.000 manifestantes, entretato organizadores declaram que foram 30.000.

Uma organização independente, Contador branco, diz ter registrado a passagem de cerca de 20.000 pessoas, o que significa uma grande mobilização para suas carcterísticas.

O opositor Alexei Navalny foi até o local, mas foi tirado do perímetro pela polícia. O projeto do prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, ex-diretor do gabinete do presidente Vladimir Putin inclui a demolição de 4.000 edifícios da era soviética.

"Vivo em um bairro calmo e verde junto a minha companheira, e agora querem nos expulsar para um local pior, além de que o nosso edifício é sólido e ainda pode existir por muito tempo", conta à AFP Pavel Kuznetsov, 38 anos.

"O plano de renovação viola a Constituição: deixem os nossos prédios em paz!", gritava Svetlana Ilina, 59 anos. "Isso beneficia os corretores imobiliários e as autoridades, que vão cobrar enormes comissões", ressalta.

Os edifícios construídos na época em que Nikita Kruschov estava à frente da União Soviética (URSS), entre os anos de 1950 a 1960, são emblemáticos dos subúrbios de Moscou.

A prefeitura de Moscou, com o apoio do Kremlin, quer substituir esses edifícios de poucos andares por outros mais altos, que possam acomodar mais famílias, em uma capital que possui 12 milhões de habitantes.

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