Maioria dos adolescentes dos países desenvolvidos satisfeitos com suas vidas

AFP

Os adolescentes de 15 anos que vivem nos países desenvolvidos estão satisfeitos com suas vidas, revela um relatório sobre seu bem-estar publicado nesta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em escala de 0 a 10, os jovens de 15 anos dão em média uma nota de 7,3 a suas vidas, segundo o relatório, que destaca o problema do bullying e o tempo de conexão a internet, em alguns casos excessivo.

Em setembro do ano passado, a OCDE publicou os principais resultados de seu relatório PISA 2015 sobre os conhecimentos e as capacidades dos estudantes de 15 anos.

Nesta pesquisa também foram feitas perguntas sobre quatro aspectos relacionados ao bem-estar: seus resultados na escola, suas relações com colegas e professores, sua vida em casa e seu tempo livre.

O relatório publicado nesta quarta-feira revela que 12% dos adolescentes não estão satisfeitos, uma proporção que supera os 20% em alguns países, como Coreia e Turquia.

Na Holanda menos de 4% dos alunos se declaram insatisfeitos.

Na América hispânica - um conjunto de países em que a OCDE inclui Costa Rica, Brasil, República Dominicana, Colômbia, Uruguai, Peru, Portugal, Espanha, México e Chile - os adolescentes têm uma satisfação "relativamente alta", destaca o relatório.

No caso da República Dominicana e de Portugal suas notas de satisfação (8,5 e 7,4, respectivamente) superam a média da OCDE (7,3).

No conjunto de países estudados, os meninos (39%) estão satisfeitos que as meninas (29%). No entanto, não há diferenças significativas na satisfação dos melhores e dos piores estudantes.

Para alguns, no entanto, a escola se transformou em "lugar de sofrimento". Em 34 territórios dos 53 que inclui o estudo (membros e não membros da OCDE), há mais 10% de estudantes que garantem que seus colegas debocham deles várias vezes por mês.

Além disso, 4% disseram apanhar várias vezes em um mês, enquanto 7,7% foram vítimas de agressão física várias vezes ao ano.

Entre os alunos vítimas de bullying, 42% afirmam não sentir que a escola é o seu lugar.

O relatório também revela que o tempo de conexão à internet dos adolescentes continua aumentando, com uma média de mais de duas horas diárias os dias de escola e mais de três durante o final de semana.

Entre os entrevistados, 26% dos jovens que passam mais de seis horas por dia na internet nos finais de semana e 16% se conecta até seis horas por dia durante a semana.

Esses obcecados usuários de internet tendem a sentir-se mais sozinhos na escola, não pensam no futuro de seus estudos e costumam chegar atrasados às aulas.

Entre as razões mais frequentes de estresse, o relatório cita a pressão por melhores notas e a preocupação pelas notas baixas.

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