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Estado de Minas

Salão de Xangai, vitrine do mercado chinês do automóvel


postado em 17/04/2017 17:22

O Salão do automóvel de Xangai, que começa nesta quarta-feira, oferece uma radiografia do mercado chinês do setor, o primeiro do mundo, que continua sendo crucial para os motoristas, apesar de uma estabilização das vendas e da concorrência das marcas locais.

O evento, que se celebra a cada dois anos na capital econômica chinesa, alternando com o Salão de Pequim, mostra a importância de um mercado que, em uma geração, passou do nada a representar um quarto das vendas mundiais.

Na China foram vendidos cerca de 24,38 milhões de carros individuais em 2016, um número muito superior aos mercados americano e europeu, após um crescimento espetacular de 15% em relação ao ano anterior. Uma alta estimulada por uma significativa redução do IVA para a compra de veículos de pequena cilindrada aplicada no final de 2015.

O futuro, no entanto, se anuncia menos exitoso. As vendas se contraíram um pouco no primeiro trimestre deste ano, depois de Pequim ter reduzido o desconto do IVA. A empresa de informação econômica IHS prevê uma estabilização das vendas em 2017, antes de uma queda em 2018.

A estagnação do crescimento da economia chinesa, que registrou em 2016 seus piores resultados nos últimos 26 anos, e a saturação das grandes metrópoles do país, que limitaram drasticamente as novas matrículas para lutar contra a contaminação, também contribuiu para a estabilização das vendas de carros.

"É preciso relativizar! (A China) Continua sendo um Eldorado para o setor automobilístico mundial (...) Este é o mercado estratégico" para os fabricantes, afirma Marc Mechaï, analista da consultora Accenture em Paris.

Segundo ele, o aumento da classe média e a rápida urbanização nas regiões menos desenvolvidas do oeste do país sustentarão o mercado.

- Complicado para as empresas estrangeiras -

Nas grandes cidades costeiras, mais saturadas, "o potencial já não é tão alto" e o mercado é mais parecido com o europeu, maduro e baseado na renovação dos veículos, assegura por sua vez François Jaumain, analista da consultora PwC Autofacts.

Para ele, são as "cidades médias do interior do país as que lucram com as vendas", embora "os meios financeiros dos consumidores sejam diferentes" ali.

As fabricantes também observam o potencial de "os carros relacionados com os serviços de mobilidade -como as aplicações para contratar veículos de turismo com motorista (VTC) ou para compartilhar carro-", cujo mercado "não para de crescer", explica Bill Ruso, da empresa de análise Gao Feng.

A maioria dos analistas concordam que a situação se complica para os fabricantes estrangeiros. Volkswagen, General Motors, PSA e Ford perderam terreno com o auge das marcas chinesas (Geely, Great Wall, Changan...), que já representam cerca de 45% do mercado.

Por um lado, "estão as marcas de luxo (estrangeiras) que continuam presentes" e seduzem aos chineses com maior poder aquisitivo como as alemãs Mercedes, Audi e BMW, e por outro lado, "se vê um crescimento das marcas chinesas que começaram como low-cost mas que estão ampliando sua clientela", explica Sébastien Amichi, analista de Roland Berger.

Entre os dois, os fabricantes estrangeiros mais voltados para a classe média, como PSA e Ford, perdem espaço.

Essa situação inédita abre espaço para "uma grande guerra de preços" que já "é notada no mercado", apontou a IHS.

Além disso, "diante de uma oferta pletórica, os consumidores mostram um maior critério, tem desejos, gostos mais expressivos", o que garante o sucesso das marcas de luxo e também das SUVs, observa Jaumain, da PWC Autofacts.

E, como é precisamente no setor das SUV, muito apreciados na China, onde crescem as marcas locais, os ocidentais adaptam sua oferta.

Vários fabricantes apresentarão no salão de Xangai novos modelos para seduzir os chineses. A francesa Citroën mostrará seu novo SUV urbano, o C5 Aircross, enquanto que a Volkswagen exporá seu T-Roc.


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