O número de mulheres que ocupam funções importantes na política estagnou no ano passado no mundo, segundo dados publicados nesta quarta-feira pela ONU e qualificados de "preocupantes" pela agência das Nações Unidas para a igualdade de gênero.
Em 2016 havia 17 mulheres chefes de Estado e de governo, contra 19 no ano anterior. As mulheres ganharam 22,3% de cadeiras nas eleições do ano passado, uma baixa em relação aos 25% de 2015.
"Estes resultados são um sinal de alarme", destacou Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora da agência ONU Mulheres.
"Continua faltando a voz das mulheres lá, onde é mais necessário", acrescentou durante coletiva de imprensa. A funcionária qualificou estes dados, assim como a incapacidade de melhorar o grau de representação das mulheres na vida política, como "preocupantes".
A participação global das mulheres eleitas para os Parlamentos nacionais, entretanto, aumentou ligeiramente de 22,6% em 2015 para 23,3% em 2016, segundo cifras fornecidas pela União Interparlamentar (UIP) e pela ONU Mulheres em uma conferência das Nações Unidas de duas semanas sobre igualdade de gênero.
"O poder continua firmemente nas mãos dos homens", disse o secretário-geral da UIP, Martin Chungong, que atribuiu a falta de avanços à pouca vontade política.
Bulgária, Canadá, França, Nicarágua e Suécia tem governos paritários, onde as mulheres ministras são, pelo menos, tão numerosas quanto os homens.
A maioria das ministras no mundo é encarregada das pastas de Ambiente, Energia e Recursos Naturais, e Assuntos Sociais.
Após ter registrado altas porcentagens de ministras, Finlândia e Cabo Verde reduziram drasticamente sua participação no ano passado.
A presença das mulheres na política retrocedeu igualmente na África, embora tenha havido um progresso importante nas ilhas do Pacífico.