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Estado de Minas

Eurocâmara aprova controverso acordo comercial da UE com o Canadá


postado em 15/02/2017 15:01

A Eurocâmara aprovou nesta quarta-feira o acordo comercial da União Europeia com o Canadá, abrindo caminho a uma implementação provisória iminente deste espaço de livre comércio de 550 milhões de pessoas.

Por 408 votos a favor, 254 contra e 33 abstenções, os eurodeputados deram sua aprovação ao acordo conhecido como CETa e negociado por sete anos, após um debate de três horas marcado por uma série de duras críticas entre partidários e opositores do tratado.

Bruxelas busca que este tratado comercial, negociado durante sete anos, se converta no modelo dos futuros acordos, como o negociado com o Mercosul, em um contexto de incerteza no comércio internacional depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca.

Trump retirou seu país do Tratado Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP) e anunciou sua intenção de renegociar o Tratado de Livre Comércio para América do Norte (Nafta), por considerá-lo especialmente generoso para com o México.

Em sua intervenção aos eurodeputados, a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, reiterou os benefícios do comércio internacional na economia e no comércio e defendeu os valores compartilhados com o Canadá, como a tolerância, os direitos humanos ou a luta contra o terrorismo.

"Construir muros não funciona", disse Malmström em uma referência velada a Trump. "O caminho são os acordos comerciais justos e equilibrados com parceiros que pensam como nós", acrescentou.

A direita e os liberais expressaram seu apoio ao acordo, frente à rejeição dos verdes, da extrema esquerda e da ultradireita. O grupo social-democrata votou dividido, sendo criticado por seu principal rival, o PPE, de direita.

Na próxima quinta-feira, será a vez do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, defender na Eurocâmara reunida em Estrasburgo (nordeste da França) "o caráter singularmente progressista do acordo", nas palavras de seu gabinete.

'Desmantelar a democracia?'

O 'sim' da Eurocâmara abre caminho para a aplicação provisória deste acordo, em princípio a partir de abril, que deixaria de fora alguns dos aspectos mais controversos como o mecanismo de resolução de litígios que facilita que as multinacionais denunciem os Estados caso considerem suas políticas contrárias a seus interesses comerciais.

Embora Bruxelas defenda que esse tratado comercial suprimirá 99% das tarifas e implicará em uma economia de 500 milhões de euros para os exportadores europeus, seus críticos alegam que o acordo é perigoso para o meio ambiente e para os agricultores europeus, enquanto seria demasiadamente favorável às multinacionais.

Varias dezenas de opositores ao tratado, tanto membros de ONGs como de partidos de esquerda, bloqueavam deitados no chão a passagem à sessão plenária, que atrasou alguns minutos.

Frases como "Dizer sim ao Ceta é pisotear o povo" e "Desmantelar a democracia? De maneira nenhuma" podiam ser lidas em cartazes carregados pelos manifestantes. Cerca de 700 pessoas protestaram nas ruas de Estrasburgo, segundo a polícia.

Vários estudos contestam os aparentes benefícios do acordo, como o da universidade americana de Tufts, perto de Boston, que estima que o Ceta "implicará a perda de 230.000 empregos até 2023", 200.000 na UE.

Para sua entrada em vigor completa e definitiva, o acordo deverá ser ratificado pelos parlamentos nacionais e alguns regionais dos 28 países da UE, um longo trâmite de anos com final incerto.


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