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Estado de Minas

Ao menos nove mortos e mais de cem desaparecidos em naufrágios no Mediterrâneo


postado em 15/11/2016 21:16

Uma série de novas tragédias no Mediterrâneo, onde apareceram vários botes desinflados ou virados, deixou ao menos nove mortos e mais de cem desaparecidos, informaram socorristas nesta terça-feira.

Desde o sábado, a guarda costeira italiana coordenou o resgate de mais de 2.600 migrantes ao longo da costa líbia, o que confirma a manutenção do ritmo de partidas, apesar das más condições de navegação.

Outros dispositivos de resgate eram mobilizados na noite desta terça.

Nesta madrugada, "um bote de borracha naufragou. Os 23 sobreviventes estão no petroleiro 'Maersk Erin'. Uma centena de pessoas estão desaparecidas. Equipes [de resgate] buscam sobreviventes na água e encontraram cadáveres", reportou a ONG alemã Jugend Rettet no Twitter.

Segundo um sobrevivente guineano, que foi transferido mais tarde para outro barco, o 'Aquarius', das ONGs SOS Méditerranée e Médicos sem Fronteiras (MSF), o bote naufragou às 06h00 (03h00 de Brasília) e o petroleiro só chegou às 10h00 (07h00).

"Éramos 122 a bordo, não havia menores de 15 anos, mas havia 10 mulheres que viajavam conosco e só uma sobreviveu", explicou o sobrevivente, citado por um um porta-voz da SOS Méditerranée.

"Esperamos na água, agarrados a tudo que flutuava, mas a maioria das pessoas afundou, inclusive meu irmão caçula, que tinha 15 anos", contou o homem, visivelmente traumatizado.

A equipe do 'Aquarius' reportou quatro mortos e os corpos foram levados à câmara frigorífica da embarcação.

Na véspera, a guarda costeira italiana desviou a trajetória de um cargueiro para socorrer um bote desinflado. Foram resgatados 15 sobreviventes, mas será preciso aguardar sua chegada à Itália - prevista para a manhã de quarta-feira, em Catânia (Sicília) - para se ter uma ideia do número de desaparecidos.

Os traficantes de seres humanos costumam colocar neste tipo de embarcação entre 120 e 140 pessoas, inclusive mais.

"Situação crítica"

Na segunda, o 'Aquarius' interveio diretamente para socorrer um bote cheio d'água e parcialmente desinflado, salvando 114 migrantes, três crianças e 21 menores. As equipes não puderam fazer nada pelas cinco pessoas encontradas mortas a bordo e outra desaparecida.

No mesmo dia, socorristas do 'Aquarius' conseguiram salvar a vida de um pequeno camaronês, de cerca de 10 anos, encontrado com a cabeça dentro d'água, após ter inalado emanações de combustível.

Depois de ficar inconsciente por duas horas, ele foi evacuado de helicóptero para um hospital da ilha italiana de Lampedusa, onde se encontrava estável nesta terça-feira.

"Foi um dia muito difícil para toda a equipe médica, tivemos que aplicar tratamentos de urgência a muitas pessoas em situação crítica", explicou na terça-feira em um comunicado Sarah Giles, médico do MSF a bordo, que viu 129 migrantes chegando na embarcação, 47 deles menores, resgatados à tarde por outra embarcação.

No passadiço do 'Aquarius', muitos resgatados estavam traumatizados e choravam. Alguns sofriam de hipotermia ou graves queimaduras provocadas pela mistura de combustível e água do mar, informou a SOS Méditerranée.

"Ninguém teria que ser submetido a estas condições", declarou em um comunicado Mathias Menge, encarregado da equipe de socorristas da SOS Méditerranée, lembrando "a necessidade imperiosa de manter um dispositivo de busca e resgate durante o inverno".

Desde 1º de janeiro chegaram à costa da Itália 167.000 pessoas, segundo o ministério do Interior. Esta cifra já supera as 153.000 do ano passado e se aproxima dos 170.000 de 2014.


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