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Estado de Minas

Devastação no Haiti atrasa entrega de ajuda humanitária


postado em 10/10/2016 18:37

Helicópteros americanos intensificaram nesta segunda-feira (10) a ajuda humanitária no Haiti, devastado após a passagem do furacão Matthew. Porém, o difícil acesso às estradas e comunicação limitaram os esforços causando protestos dos vizinhos que pedem mantimentos.

O Haiti "requer uma resposta internacional maciça" para enfrentar a destruição provocada pelo furacão Matthew, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nesta segunda-feira.

Ao menos 1,4 milhão de pessoas necessitam de uma ajuda rápida, mais de 300 escolas foram atingidas, enquanto as colheitas e as reservas de comidas foram destruídas, disse. "Alguns povoados e cidades foram quase todos apagados do mapa", continuou.

"Faço um chamado à comunidade internacional para que mostre solidariedade e generosidade e trabalhe junta em uma resposta efetiva a esta emergência", afirmou Ban.

Matthew se enfraqueceu no domingo (9), se convertendo em tempestade tropical.

O furacão tocou a terra no dia 4 de outubro na costa sul do Haiti, alcançando a categoria quatro na escala Saffir-Simpson, com ventos de 240 km/h.

Muitos haitianos estão furiosos ao ver que a situação não está mudando, uma semana depois do devastador furacão que deixou centenas de mortos, além de casas e ruas destruídas na ilha.

A Ilha Tiburón foi a área que pagou o preço mais alto: o gado morreu, as fontes de água estão sujas e uma ponte fundamental - que liga a região à capital - desabou. Seus habitantes pedem ajuda o mais rápido possível.

"É claro que entendo a frustração", disse Jean-Luc Poncelet, representante da Organização Mundial de Sáude (OMS) no Haiti, recém-chegado dos subúrbios de Jeremie, outra das cidades mais afetadas.

O impacto no sul e oeste da ilha foi "realmente catastrófico", acrescentou.

"Quando não se tem meios de comunicação, nem rádio, nem telefone, nem ruas e um helicóptero não consegue nem pousar, isso explica o grande atraso", disse à AFP.

Segundo a Defesa Civil, o devastador furacão Matthew deixou ao menos 372 mortos, quatro desaparecidos e 246 feridos no Haiti.

Toneladas de ajuda

No aeroporto, helicópteros militares americanos descarregavam ajuda humanitária de seu país para que fossem armazenados pela ONU em Jeremie, antes de serem distribuídos pelo sul.

Um funcionário do aeroporto, que preferiu ficar sob anonimato por não estar autorizado a falar com a mídia, disse que 20 toneladas de provisões estavam sendo descarregadas - incluindo lona, arroz, azeite de cozinha e produtos de higiene.

Acrescentou que, nos dias anteriores, 47 toneladas já haviam sido levadas por helicópteros americanos para Porto Príncipe.

Mas chegar até as populações necessitadas não é tarefa fácil. Em uma estrada principal que cruza o centro montanhoso da ilha, moradores de algumas áreas afetadas empilharam árvores, pedras e outros escombros deixados pela tempestade para que a ajuda humanitária não passasse sem deixar mantimentos.

"De fato, há ruas bloqueadas e pudemos discutir com a comunidade local" para que a passagem seja permitida, disse Poncelet.

População ansiosa

Uma das prioridades da OMS é relatar o número de casos de cólera, uma epidemia que entrou no país após o terremoto de 2010 pelos capacetes azuis da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) e que ameaça fortemente devido os danos causados por Matthew.

Depois de outubro de 2010, a cólera deixou 10.000 mortos no Haiti e mais de 500 casos de contágio semanais. O país enfrentou a pior epidemia na História recente em escala mundial.

E desde a passagem de Matthew, várias cidades e povoados anunciaram um aumento na ocorrência desta doença. Em Port-Salut, um hospital registrou no domingo sua primeira morte causada pela cólera.

Entretanto, "o número de casos de cólera é baixo", esclareceu Porcelet. Negando-se a fornecer números, falou apenas em "dezenas" de casos na ilha.

Enquanto um grupo ainda tenta realizar uma avaliação precisa da situação de saúde dos haitianos, espera-se a chegada de mais provisões que sejam rapidamente distribuídas. "As pessoas estão muito ansiosas", acrescentou Poncelet.

"Não tem vindo nenhum tipo de ajuda sistemática nos últimos dias", concluiu.


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