Jornal Estado de Minas

ONU alerta sobre deslocamento de pessoas no nordeste da Colômbia

Um total de 923 pessoas foram deslocadas nas últimas semanas no departamento colombiano de Norte de Santander, fronteiriço com a Venezuela, após enfrentamentos entre o Exército e grupos ilegais, informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA, na sigla em inglês).

"Durante as últimas duas semanas de julho e a primeira semana de agosto se apresentaram frequentes enfrentamentos armados entre o Exército e grupos armados não estatais nas áreas urbanas dos municípios de Teorama, Hacarí e em Veredal de El Tarra (Norte de Santander)", indicou o OCHA em comunicado.

Os atos de violência, registrados entre 19 de julho e 7 de agosto, resultaram no "deslocamento forçado interurbano" de 655 pessoas em Teorama e Hacarí e o "deslocamento interveredal (vereda é uma subdivisão municipal na Colômbia)" de 268 cidadãos no El Tarra, acrescentou.

Os três municípios fazem parte de Catatumbo, uma região de aproximadamente 4.800 km2 fronteiriça com a Venezuela, que é uma área de cultivos ilícitos, com a presença de máfias e grupos de guerrilhas.

Segundo a OCHA, a maioria das famílias de Teorama e Hacarí se "deslocam temporariamente" para passar a noite com familiares ou amigos porque suas casas ficam perto de postos policiais e porque querem "evitar as ações armadas". "Depois retornam a suas casas", acrescentou.

O OCHA alertou para o "alto risco" de que haja novos deslocamentos", a "possível estigmatização das comunidades, e infrações ao Princípio de Distinção e Proporcionalidade do Direito Internacional Humanitário".

A Colômbia vive um conflito armado de mais de meio século, envolvendo guerrilhas, paramilitares, forças do Estado e traficantes de drogas, que resulta em 260.000 mortos e 45.000 desaparecidos.

No país há 6,8 milhões de pessoas deslocadas, sendo a nação com o maior número de deslocamentos internos do mundo, segundo a ONU.

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