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Estado de Minas

Brexit ganha espaço no centenário da batalha mais violenta da Primeira Guerra


postado em 01/07/2016 12:37

As cerimônias para comemorar o centenário da batalha mais sangrenta da Primeira Guerra Mundial, a Batalha de Somme, tiveram início nesta sexta-feira, no norte da França, com o Brexit voltando a assombrar.

Apesar da ausência da rainha Elizabeth II, participaram dos eventos o príncipe Charles, seus filhos William e Harry, além do primeiro-ministro David Cameron.

Do lado alemão, estive presente o ex-presidente Horst Koehler, e do lado irlandês, el presidente Michael D. Higgins. Todos eles foram recebidos pelo presidente François Hollande.

Hollande recordou que a batalha de Somme, na qual morreram 1,2 milhão de pessoas, é uma das tragédias da história europeia que ajudam a explicar o projeto de União Europeia (EU), surgido décadas depois.

"É neste momento que nos damos conta: estar na União Europeia é vantajoso. E é isso é, penso eu, o que os britânicos estão começando a entender, principalmente aqueles que foram tentados pelo 'Brexit' agora estão pensando sobre isso", declarou o chefe de Estado francês em referência ao referendo britânico que decidiu pela saída do país da UE.

"Mas a decisão foi tomada, ela não pode ser adiada ou anulada", ressaltou Hollande.

Apesar de não estar previsto, o presidente se reuniu por cerca de dez minutos com Cameron após a cerimônia no Memorial de Thiepval.

O evento teve início às 07H28 (2H28 de Brasília) na cratera de Ovillers-la-Boiselle, no momento em que há 100 anos 30 toneladas de explosivos foram detonados pelos exércitos britânico e francês para dinamitar as defesas da Alemanha.

A explosão, que provocou uma enorme cratera de 91 metros de diâmetro, ainda hoje visível, marcou o início da ofensiva aliada.

No mesmo momento foram respeitados dois minutos de silêncio em Londres, onde a rainha Elizabeth II participou durante a noite em uma cerimônia em Westminster.

Perto do memorial de Thiepval, de 45 metros de altura, erguido em 1932 e onde figuram os nomes dos 72.000 soldados do Reino Unido e da África do Sul que morreram na batalha, os três representantes leram os textos sobre o "inferno" de guerra, os gestos de respeito entre tropas inimigas e a reconstrução do pós-guerra.

O memorial, o maior da Commonwealth no mundo, atrai a cada ano quase 150.000 pessoas, em especial britânicos, irlandeses, australianos e canadenses.

Cerca de 600 crianças - 300 britânicas e 300 francesas - participaram da cerimônia, transmitida ao vivo no Reino Unido pela BBC.

'A flor de uma geração'

O 1º de julho de 1916, início da ofensiva, representa o dia mais violento da história britânica, com 20.000 mortos ou desaparecidos - a maioria durante a primeira hora - e 40.000 feridos. Para os britânicos, Somme ficou marcada na memória coletiva, como a batalha de Verdun para os franceses.

"Perdemos a flor de uma geração (...) em muitos aspectos este dia foi o mais triste da longa história de nossa nação", afirmou na quinta-feira o príncipe William, durante uma cerimônia militar no memorial de Thiepval.

"Esta noite reconhecemos os fracassos dos governos europeus, incluindo o nosso, para evitar a catástrofe da guerra mundial", prosseguiu o príncipe, ao lado da esposa Catherine e do irmão Harry.

Outras homenagens estão previstas para recordar os soldados escoceses, canadenses e também alemães. O ex-presidente alemão Horst Koehler (2004-2010) visitará o cemitério militar de Fricourt, que tem as sepulturas de 17.027 soldados do países.

Nos últimos dias, ingleses, escoceses, galeses, irlandeses e canadenses começaram a chegar à pequena cidade de Albert (10.000 habitantes), no centro das cerimônias.


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