A oposição venezuelana denunciou neste sábado (18) que o Poder Eleitoral impõe travas para validar o total de 1,3 milhão de assinaturas admitidas para ativar um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, entre 20 e 24 de julho.
"Solicitamos que duplicassem o número de máquinas e ampliassem esses pontos de validação proporcionalmente àqueles municípios onde existe maior quantidade de signatários (...) Isso foi negado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)", declarou o representante da oposição perante o órgão, Vicente Bello, em entrevista coletiva.
O CNE habilitou 300 máquinas de leitura de impressão digital em 128 centros em todo o país para validar as assinaturas, ignorando o pedido da oposição de contar com pelo menos 600 máquinas para garantir que todas possam ser validadas.
"A dificuldade está em que alguns desses municípios não são exatamente os que têm a maior população de assinaturas autorizadas a validá-las e tampouco são os municípios onde existe a maior concentração da população eleitoral", acrescentou Bello.
O CNE informou à coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) sobre a distribuição dos centros na madrugada de sexta (17), informou o deputado Tomás Guanipa.
Depois da validação das assinaturas com a impressão digital, o CNE terá até 20 dias úteis para sua revisão, até 23 de julho.
O secretário executivo da MUD, Jesús Torrealba, denunciou que o Poder Eleitoral "está armando uma emboscada técnica para o povo" e, por isso, pediu aos eleitores que façam a validação "de forma ordenada, contida e pacífica".
"Não importa onde vão colocar as máquinas. As pessoas vão validar sua assinatura", frisou Torrealba.
Para revogar o mandato de Maduro, a oposição precisa ultrapassar os 7,5 milhões de votos com os quais o presidente foi eleito, em 2013, após a morte de Hugo Chávez.