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Estado de Minas

Cresce pressão contra Maduro

Oposição entrega documento que exige a aceleração do referendo revogatório que pede a saída do presidente


postado em 02/06/2016 00:12


Caracas – A oposição venezuelana exigiu das autoridades eleitorais, ontem, que acelere o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, no momento em que a Organização dos Estados Americanos (OEA) aumenta a pressão para que a comunidade internacional volte seus olhos para a grave crise no país.
Uma comissão de sete deputados da opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) entregou ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) um documento para exigir que a entidade siga as normas e datas dos passos para convocar o referendo. “Exigimos das autoridades eleitorais que se ajam de acordo com a história, com o sofrimento do povo, e que liberem as barreiras que impedem que o referendo seja este ano”, afirmou o vice-presidente do Parlamento venezuelano, Enrique Márquez, que liderou a comissão legislativa.
Em paralelo, milhares de jovens socialistas protestavam nos arredores do Palácio de Miraflores, sede da Presidência, contra a decisão do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, de convocar uma sessão urgente para debater o caso da Venezuela. Aos gritos de “Almagro, Almagro, vá para o caralho!”, a multidão respondeu ao apelo de mobilização contra “o intervencionismo”, feito por Maduro na terça-feira. “Almagro que não se meta nos problemas da Venezuela, ocupe-se de sua vida que aqui o povo venezuelano resolve sua situação”, disse Emilio Segovia, um dos manifestantes.
Maduro sustenta que a ação da OEA, solicitada pela oposição venezuelana, busca abrir caminho para uma intervenção dos Estados Unidos e anunciou que iria à Justiça contra a diretoria do Parlamento, por “usurpação de funções” e “traição à Pátria'.  “Isso não nos preocupa. A OEA está discutindo o caso da Venezuela, e isso é satisfatório. Há pronunciamentos no mundo a favor de um processo de transição pacífica, que inclui o referendo”, destacou Márquez.
Para a oposição, o tempo é curto. Se o referendo for feito antes de 2017 – quando forem cumpridos os quatro anos de mandato – e Maduro perder, novas eleições deverão ser convocadas. Se ocorrer no próximo ano, ele será substituído pelo vice-presidente, nomeado pelo governante. O processo é longo e desgastante.
Hoje deve ser concluída a revisão do total de 1,8 milhão de assinaturas entregue pela oposição há um mês para ativar o referendo. Depois disso, deverão ser validadas com a impressão digital, e outras 4 milhões de rubricas terão de ser coletadas para convocar o referendo.
Segundo a empresa de pesquisa Datanálisis, 70% dos venezuelanos apoiam uma mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro, necessita-se de mais de 7,5 milhões de votos, o correspondente ao número de votos com os quais se elegeu em abril de 2013.
APOIO Invocando a Carta Democrática, Almagro falou da crise econômica, social, política e institucional que a Venezuela está sofrendo. Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai manifestaram seu apoio ao referendo, para ajudar a superar a situação.
A pressão internacional e da oposição se soma ao mal-estar popular diante do agravamento da escassez de alimentos e remédios e diante do alto custo de vida. O país petroleiro registra a inflação mais alta do mundo (180,9%, em 2015, com projeção de 700%, em 2016, segundo o FMI). “O mundo inteiro está atento à Venezuela, pois aqui há uma crise que o presidente não pode negar”, disse o presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup.


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