No sábado, militantes do Estado Islâmico realizaram dois atentados suicidas visando "forças de oposição" perto Marea, informou o grupo extremista por meio de sua agência de notícias, Aamaq. Após as ações, combatentes entraram em Marea e deram início aos conflitos dentro da cidade, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma mídia britânica de oposição que monitora a guerra civil da Síria.
Os ganhos territoriais em torno dos redutos rebeldes de Marea e Azaz, ao norte da cidade de Alepo, são um golpe para a Turquia e para os rebeldes apoiados pela Arábia Saudita, que vêm lutando para manter posição na região, enquanto estão sendo espremidos por oponentes de todos os lados. Esses movimentos também demonstraram a habilidade do Estado Islâmico de realizar grandes ofensivas e capturar novas áreas apesar da série de perdas recentes na Síria e no Iraque.
A ofensiva do grupo extremista no reduto da oposição síria perto da fronteira turca começou na quinta-feira. Na sexta-feira, militantes do grupo capturaram seis aldeias perto de Azaz, desencadeando intensos combates que prenderam dezenas de milhares de civis incapazes de fugir para áreas mais seguras, uma vez que a fronteira da Turquia permanece fechada.
As pessoas estão "aterrorizadas por suas vidas", declarou o Comitê de Resgate Internacional, em um comunicado. O grupo disse que recebeu relatos confirmados de que pelo menos quatro famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças, foram mortas na sexta-feira na periferia da cidade de Azaz.
A agência de refugiados da ONU afirmou que estava "profundamente preocupada" sobre a luta que afeta milhares de civis vulneráveis. "Civis que fogem estão sendo pegos no fogo cruzado e estão enfrentando desafios para acessar serviços médicos, comida, água e segurança", disse a agência em um comunicado divulgado neste sábado.
Os avanços do Estado Islâmico levaram os militantes para poucos quilômetros de distância da cidade de Azaz, mantida por rebeldes, e cortou o fornecimento para Marea, mais ao sul. Marea tem sido considerada um bastião de forças revolucionárias sírias moderadas que lutam para derrubar o presidente Bashar Assad.
Uma rota conhecida como o corredor Azaz liga o leste de Alepo, controlado pelos rebeldes, à Turquia. Essa tem sido a salvação para os rebeldes desde 2012, mas uma ofensiva do governo apoiada por poder aéreo russo e milícias regionais no início deste ano desalojou rebeldes de partes de Azaz e cortou seu corredor entre o fronteira turca e Alepo.
Fonte: Associated Press.